Bons companheiros – A queda de braço entre o PT e o PMDB na disputa pelo governo do Paraná chegou à seara da virulência. Irritados com os seguidos ataques ao senador Roberto Requião, os peemedebistas denunciaram um novo escândalo do PT. Levantamento feito na Câmara dos Deputados mostra que a exclusão do deputado André Vargas, coordenador da campanha da senadora Gleisi Hoffmann, dos quadros do PT, anunciada em 25 de abril, foi apenas para o inglês ver. Até hoje, como denuncia o PMDB, “nem Vargas nem o PT comunicaram oficialmente à Câmara a desfiliação”.
Pior é o caso do pedófilo Eduardo Gaievski, ex-assessor de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, escalado pela petista para cuidar das políticas do governo federal voltadas a menores e, à época, cotado para ser o candidato a vice na chapa da senadora que disputa o governo do Paraná. Preso em agosto de 2013 pela prática de 28 estupros contra menores (14 deles cometidos contra vulneráveis, menores de 14 anos), Gaievski está na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, onde aguarda sentença. Mesmo com a liberdade privada e predicados (sic) pouco louváveis, o monstro da Casa Civil continua em pleno gozo de seus direitos de filiado ao PT. A prova foi obtida pelo PMDB por meio atestado emitido pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O anúncio da saída de André Vargas do PT teria sido um teatro armado para não prejudicar o Partido dos Trabalhadores com mais um escândalo em ano eleitoral, informam os “requianistas”. Vargas foi flagrado em um turbilhão de denúncias depois que o jornal “Folha de S. Paulo” publicou matéria revelando que o então vice-presidente da Câmara Federal viajara com a família para o Nordeste a bordo de jatinho fretado pelo doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na esteira Operação Lava-Jato.
Na sequência, Vargas foi acusado de ser sócio do doleiro em um laboratório-lavanderia – o Labogen – criado como fim específico de lesar o Ministério da Saúde. André Vargas renunciou à vice-presidência da Câmara dos Deputados e anunciou sua saída do PT. Desde então, as pressões sobre o ex-petista diminuíram consideravelmente.
O caso Gaievski é um escândalo sem precedentes. Em 23 de janeiro de 2013, o ex-prefeito petista de Realeza, pequena cidade do Sudoeste paranaense, foi levado por Gleisi Hoffmann a Brasília e nomeado para ser seu assessor especial. Além de cuidar das políticas do governo federal para menores, Gaievski seria o coordenador de sua campanha junto aos prefeitos do interior do Paraná e cotado para ocupar altos cargos em eventual futuro governo Gleisi. Por ocasião da nomeação, Gaievski já era investigado, havia dois anos, pelo Ministério Público do Paraná por conta da suspeita de ter cometido dezenas de estupros contra meninas menores de idade.
A hedionda ficha criminal de Gaievski não era novidade no PT. Ele costumava jactar-se em rodas de amigos sobre suas relações com garotas menores, armazenava em seu celular fotos de pelo menos cinquenta adolescentes nuas, com as quais havia mantido relações sexuais, material exibido com galhardia criminosa a que se interessasse.
O currículo criminal do pedófilo sempre esteve disponível na rede mundial de computadores, mas até hoje não se consegue compreender como sua nomeação passou pelo crivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), órgãos encarregados de checar a ficha dos indicados para cargos no Palácio do Planalto, principalmente.
Apesar do seu assustador prontuário, Gaievski conseguiu driblar os filtros da ABIN e do GSI, permanecendo durante meses a fio a poucos metros do gabinete de Dilma Rousseff, que até o momento não fez qualquer comentário sobre o escândalo. Agora, enquanto aguarda sentença condenatória que pode ultrapassar cem anos de prisão, Eduardo Gaievski continua regularmente filiado ao PT.