Preço final da gasolina subiu acima do esperado pelo governo e deve atrapalhar a economia

Freio solto – Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini avalia que a inflação ficará sob pressão pelo menos no primeiro semestre do ano. A previsão de Tombini pode se estender por mais tempo, porque o impacto do aumento do preço dos combustíveis será maior do que o esperado pelo governo. Ainda ministro da Fazenda, Guido Mantega disse, em entrevista, que no ponto de venda a gasolina aumentaria no máximo 4,4%, mas não é essa a realidade em muitas importantes capitais do País.

Em Porto Alegre, por exemplo, a gasolina aumentou 7,4%. Nas cidades gaúchas que fazem fronteira com a Argentina e o Uruguai, distantes das refinarias, o aumento é maior, pois o transporte do combustível é feito por caminhões, que usam diesel, que também teve o preço majorado.

A situação pode piorar, uma vez que Mantega, mesmo nas entrelinhas, fez um discurso muito próximo ao da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que afirmou que a empresa busca a convergência de preços com o mercado internacional. O que não tem explicação, pelo menos por enquanto, é o aumento do preço do etanol, que aproveitou o vácuo deixado pela majoração na gasolina e no diesel. Em algumas cidades do País, o etanol registrou aumento de preço na casa de 4%.

Com o acionamento das termelétricas, por conta da falta de água para a geração de energia, os consumidores industriais e domésticos de gás correm o risco de, em algum momento, enfrentar um aumento de preço do produto. Se isso acontecer, a inflação sairá totalmente do controle. O governo já anunciou que não haverá desabastecimento de gás, mas nem sempre o que as autoridades falam torna-se realidade.