Política rasteira – Desde que o Supremo Tribunal Federal proferiu a primeira sentença condenatória no caso do Mensalão do PT (Ação Penal 470), condenando à prisão do deputado federal João Paulo Cunha, a cúpula petista passou a alardear a tese de que tudo não passa de um grande golpe da instância máxima da Justiça brasileira, em conluio com partidos da oposição e setores da imprensa nacional.
Na verdade, desde a iminência do início do julgamento do caso do mensalão Lula intenta, por todos os meios, um golpe desesperado para salvar companheiros e apaniguados que se envolveram no maior escândalo de corrupção da história brasileira.
O primeiro passo foi a tentativa fracassada de Lula de chantagear o ministro Gilmar Mendes. Em seguida, a criação da CPI do Cachoeira, incentivada por Lula, foi a segunda incursão do PT para desqualificar o julgamento da Ação Penal 470, pelo Supremo. A ideia inicial era puxar para o centro das discussões o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que na denúncia enviada ao STF pediu a condenação de todos os réus, exceto a de Luiz Gushiken.
Preocupados com a possibilidade cada vez maior de condenação de companheiros estrelados (José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino), o PT partiu para o tudo ou nada. Em junho passado, aterrissou na mesa do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), um pedido de impeachment do ministro Joaquim Barbosa, do STF, relator da Ação Penal 470. Uma ação covarde e rasteira, típica de quem está acostumado ao convívio com integrantes de organizações mafiosas. Experiente que é, Sarney preferiu não dar andamento ao assunto, sob pena de ele próprio ser alvo de uma ação contundente e desmoralizadora.
Agora, com o julgamento do Mensalão do PT avançando, o Partido dos Trabalhadores, que vem perdendo espaço na disputa pelas prefeituras das capitais brasileiras, decidiu acionar a sua obediente camarilha para atacar aqueles que tiveram coragem de enfrentar quadrilheiros que se acostumaram a viver à sombra da corrupção.
Com livre trânsito nos altos escaninhos petistas, o advogado e ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (o mesmo dos escândalos Lubeca e Satiagraha) resolveu escancarar a sua essência putrefata e partiu contra o ministro Joaquim Barbosa. De forma transversa, pois como se sabe Greenhalgh é um covarde conhecido, o ex-parlamentar petista pegou carona nas citações desatinadas que Paulo Cesar Pereio fez sobre Barbosa e Ana de Hollanda no Twitter. Na rede de microblogs, Pereio, ator a agora candidato a vereador, escreveu “ministro do Supremo por cota e ministério por irmandade dá em merda, porra!”.
Como disse certa feita o abusado Luiz Inácio da Silva, cujo passagem pelo Palácio do Planalto já foi condenada pelo STF, “nunca antes na história deste país”.