Presidente do BC admite a deputados que políticas de Dilma comprometeram a economia

alexandre_tombini_09Tiro ao alvo – Nesta terça-feira (26), Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, afirmou que a política fiscal adotada pelo governo petista de Dilma Rousseff foi ineficaz para gerar crescimento. Segundo ele, as medidas também comprometeram a economia do país.

De acordo com o presidente do BC, as políticas “não só não promoveram crescimento como comprometeram a economia do país”. Ele ainda ressaltou que o que o Brasil faz neste momento é restabelecer o esforço fiscal, com o objetivo de se preparar para “um novo ciclo”. “Temos de enfrentar esse período de desaceleração da economia. Ter um sistema saudável capaz de enfrentar esse período”, alertou.

Tombini prevê que nos próximos meses ocorrerá uma queda na inflação, com redução significativa do índice no começo de 2016. Para o presidente do Banco Central, a expectativa do mercado de que a inflação termine 2016 em 5,5% é positiva, “porém não suficiente para o cumprimento do nosso objetivo”, que é atingir o centro da meta, de 4,5%. Segundo ele, há um evento importante neste ano, que é a normalização das condições monetárias da economia americana, ou seja, a subida dos juros já prevista pelo Federal Reserve.

O presidente do BC ainda disse que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem fatia grande no mercado de crédito de longo prazo. Ele lembrou que o banco, seguindo orientação dos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, vai atuar com recursos escassos, estimulando o mercado de capitais.

“É importante fazer com que os recursos escassos do BNDES sirvam para alavancar o mercado de capitais brasileiro, que avançou bastante nas últimas décadas, mas precisa avançar nos instrumentos de dívidas do setor privado”, disse. Tombini ressaltou que a medida deve incentivar a emissão de debêntures de infraestrutura, que têm como objetivo fazer com que o crescimento não fique dependente do BNDES.

Indagado sobre o índice elevado apresentado pela inflação, apesar das altas nas taxas de juros, o presidente do Banco Central respondeu que alguns fatores levaram a esse movimento, citando a valorização internacional do dólar e o reajuste de preços administrados. “O que nós estamos fazendo é circunscrever esses ajustes a esse ano de 2015”, afirmou.

Tombini disse ainda que o processo de monitoramento de lavagem de dinheiro no país está funcionando e que o banco tem um sistema de prevenção à lavagem de dinheiro. “O que cabe ao BC, temos que nos certificar que as instituições estão seguindo as políticas de prevenção”, ressaltou. (Por Danielle Cabral Távora)

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