Príncipe jordaniano desiste de disputar a presidência da FIFA e o enrolado Joseph Blatter é reeleito

joseph_blatter_29Tudo igual – No primeiro escrutínio a eleição para a presidência da FIFA não foi definida, devendo seguir para um segundo turno entre Joseph Blatter e o príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein, mas o desafiante do atual presidente desistiu da disputa, o que garantiu a reeleição do economista suíço que comanda a entidade como se fosse um banco do seu país.

Joseph Sepp Blatter discursou após ser confirmada sua reeleição, garantido que os problemas precisam ser resolvidos. “Não vou desafiar vocês, mas temos de resolver problemas de organização dentro da FIFA”. Ou seja, Blatter continuará agindo entre muros, pois sabe que os escândalos que estão sob investigação da Justiça dos Estados Unidos são procedentes e podem levá-lo à prisão, pois é inconteste o seu envolvimento no esquema criminoso que levou sete cartolas para a cadeia.

Se Blatter sequer desconfiou dos crimes cometidos debaixo do seu nariz, então sua reeleição é mais um equívoco em uma instituição que tem a história marcada por escândalos de corrupção dos mais diversos.

Na tentativa de posar na condição de politicamente correto diante dos delegados da entidade, Joseph Blatter acionou o discurso visguento e malandro, afirmando que a FIFA precisa da presença de mulheres. “Precisamos de maior representatividade das federações, precisamos de mulheres, precisamos que as vozes repercutam na FIFA”, disse o principal cartola do futebol.

Blatter é um autoritário conhecido, acostumado a negociatas de bastidor, e seu discurso maroto não convence. Esse palavrório mentiroso e oportunista não passou de estratégia para minimizar os efeitos colaterais do escândalo que sacode o mais popular esporte do planeta, mas o presidente da FIFA precisa saber que com a Justiça dos EUA em seu encalço a partir de hoje a vida não será fácil.

Para finalizar o espetáculo pífio e deprimente que protagonizou após a confirmação de sua reeleição, Joseph Blatter disparou: “Eu assumo a responsabilidade de trazer a FIFA de volta. Estou convencido de que faremos isso. Sou um homem persistente”.

Que Blatter é um homem persiste todos sabem, algo que mais uma vez ficou claro com a sua reeleição, que certamente se deu na esteira de acordos espúrios e esquemas de corrupção dos mais variados. Independentemente de ter conseguido um novo mandato, Joseph Blatter terá de dar explicações às autoridades dos EUA e da Suíça, pois a investigação está apenas no começo. No momento em que os cartolas presos começarem a pensar em delação premiada, a FIFA derreterá tão facilmente quanto chocolate suíço debaixo do calor.

A máxima entidade de futebol planetário é um antro de corrupção, sendo que os crimes ganharam força na administração do brasileiro João Havelange, que até hoje não foi preso por conta dos relacionamentos que cultivou ao longo de décadas.

Resta saber se a UEFA, que em bloco apoio Al-Hussein, cumprirá a ameaça e não participará das próximas Copas do Mundo enquanto Blatter for o timoneiro da FIFA.

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