Prorrogação da redução do IPI na linha branca não passa de cortesia com o chapéu alheio

Papo furado – O anúncio feito pelo ministro Guido Mantega, da Fazenda, sobre a prorrogação por mais três meses da redução do IPI incidentes nos produtos da chamada linha branca e do setor de móveis é uma medida pontual e inócua, que em nada auxilia a indústria nacional, que há anos vive um processo de desaceleração contínua, especialmente pelo fracasso do governo federal no processo de contenção da valorização do Real frente às moedas estrangeiras.

O primeiro detalhe dessa pirotécnica investida oficial está na distribuição dos recursos do Imposto sobre Produtos Industrializados. Do total arrecadado, apenas 40% é do governo federal, sendo que o restante, 60%, é repassado aos estados e municípios. Em outras palavras, o Palácio do Planalto está fazendo cortesia com o chapéu alheio, sem dar aos governos estaduais e às prefeituras a devida compensação.

O segundo quesito dessa ópera bufa palaciana está no incentivo ao consumo, fórmula utilizada por Luiz Inácio da Silva por ocasião da crise internacional que teve o “subprime” norte-americano como nascedouro. Com o processo de desindustrialização que avança no País, incrementar o consumo exigirá a permissão de ingresso de produtos importados, sob pena de ao não fazê-lo acabar alimentando a inflação, o mais tenebroso item do amaldiçoado espólio de Lula.

Muito estranhamente, até então nenhum grão-petista ousou condenar a política econômica adotada pelo ex-metalúrgico, que flanou na popularidade elevado por uma bolha de virtuosismo que começa a estourar e pode gerar consequências catastróficas. Como disse certa feita o próprio ex-presidente, “nunca antes na história deste país”.