PT tenta tirar Gleisi da linha de tiro do “Petrolão” para não contaminar Dilma e salvar o partido

eduardo_gaievski_20Pano quente – A cúpula do PT do Paraná tenta entabular estratégia para tirar a senadora Gleisi Hoffmann da linha de tiro do “Petrolão”, escândalo de corrupção que sangrou os cofres da estatal petrolífera brasileira. O receio dos “companheiros” é que a denúncia, feita pelo delator Paulo Roberto Costa, de que a ex-ministra-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff embolsou R$ 1 milhão em dinheiro vivo da ciranda criminosa que funcionava na empresa contamine a candidatura de Dilma na reta final da campanha, acabando por destrocar o PT no estado sulista, onde a legenda ficou com perfil minimalista depois da desastrosa campanha de Gleisi ao Palácio Iguaçu.

O presidente do PT do Paraná, deputado estadual Enio Verri (último à direita na foto abaixo), tenta desqualificar a denúncia contra Gleisi. “Tem um cara preso, um bandido, que cita nomes de outros como sendo bandidos. Não tem prova e publica-se como verdade”, disse o petista ao portal Bem Paraná.

Verri foi chefe de gabinete de Paulo Bernardo, marido de Gleisi Hoffmann, no Ministério do Planejamento, à época em que ocorreu o repasse para a campanha de 2010 dos petistas paranaenses. Tanto Verri quanto Gleisi e André Vargas (presidente do PT em 2010) foram candidatos naquela eleição – deputado estadual, senadora e deputado federal, respectivamente.

Gleisi também negou as denúncias, afirmando não conhecer Costa, nem o doleiro Alberto Youssef, também preso na Operação Lava-Jato e que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. De acordo com o ex-diretor da Petrobras, o repasse teria sido feito a pedido de Youssef.

A informação foi revelada pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na edição do último domingo. Na agenda do delator do Petrolão estava escrito ‘PB 1 milhão’, referindo-se, segundo o jornal paulista, ao ministro Paulo Bernardo (o PB), que recebeu através de um emissário em Curitiba o valor para ser usado na campanha petista do Paraná.

Não é a primeira vez que Enio Verri usa o cargo de presidente do PT para minimizar as denúncias contra o capítulo paranaense do partido – primeiro foi no caso do pedófilo Eduardo Gaievski (foto acima, ao lado de Gleisi) – ex-prefeito de Realeza e ex-assessor de Gleisi na Casa Civil –, depois no enrolado caso da fuga do mensaleiro condenado Henrique Pizzolatto para a Itália, através do Paraguai, e na terceira vez com o atual deputado federal André Vargas, que foi companheiro de “dobrada” de Verri em várias cidades paranaenses.

A postura de Verri em relação às denúncias envolvendo o PT pode ser aquilatada pelo fato de que o pedófilo Eduardo Gaievski, preso em agosto de 2013 pela prática de dezenas de estupros contra menores e já condenado a dezoito anos e um mês de prisão por um desses ataques sexuais, continua filiado regularmente ao partido.

Zeca Dirceu, Eduardo Gaievski, José Dirceu e Enio Verri
Zeca Dirceu, Eduardo Gaievski, José Dirceu e Enio Verri

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