Ré no Petrolão sob a acusação de receber propina, Gleisi pode passar alguns anos na prisão

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Engana-se quem pensa que os problemas de Gleisi Helena Hoffmann, a estridente senadora pelo PT paranaense, estão limitados ao julgamento no Supremo Tribunal Federal pelo recebimento de propina de R$ 1 milhão, dinheiro desviado da Petrobras no rastro do maior esquema de corrupção de todos os tempos.

O “pixuleco”, recebido em 2010 e que reforçou o caixa 2 de sua campanha ao Senado, é apenas a primeira denúncia formalizada contra a senadora, que agora responde na Justiça por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, ao lado do marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), e o empresário curitibano Ernesto Kluger Rodrigues, que tornou-se conhecido como o “trem recebedor” da petista.

Não bastassem os efeitos devastadores do Petrolão, Gleisi também é alvo de investigação no escopo da Operação Custo Brasil, que apura o surrupio de mais de R$ 100 milhões a partir de um esquema criminoso montado no Ministério do Planejamento para lesar servidores federais, inclusive aposentados, que em momento de necessidade financeira recorreram aos empréstimos consignados. O dinheiro sujo, produto do crime, pagou despesas pessoais de Gleisi e teria sido usado, na compra de um videogame para o filho da petista.

Em avaliação informal, mas com respaldo técnico, dos crimes de que Gleisi é acusada de ter praticado, um advogado paranaense prevê que a senadora poderá ser condenada a muitos anos de prisão, se somadas todas as eventuais penas.


Como no Brasil o prazo máximo de cumprimento de pena é de trinta anos, Gleisi, em caso de condenação, deverá se livrar das grades após temporada em regime fechado. Na sequência, a petista evoluirá para o regime semiaberto, como prevê a Lei de Execução Penal, tendo de conviver durante algum tempo com um adereço não tão cobiçado: a tornezeleira eletrônica.

Outra questão que preocupa a petista é o mandato parlamentar. Em caso de condenação. A perda do mandato não é automática (deveria ser), cabendo ao Sendo a decisão de cassar o mesmo ou não. Levando-se em conta que no Congresso Nacional prevalece o corporativismo, não é impossível uma decisão que contrarie a lógica.

Contudo, como o Parlamento entrou no “modo sobrevivência”, já que a opinião pública vem fazendo marcação cerrada a senadores e deputados, também não causará surpresa uma cassação a toque de caixa. Isso porque há precedente na Casa para justificar a cassação. Delcídio Amaral perdeu o mandato de senador por Goiás após ser preso e condenado na esteira da Operação Lava-Jato.

Resumindo, se condenada no STF, Gleisi Hoffmann ficará inelegível por oito anos, como prevê a Lei da Ficha Limpa, o que de certa forma é um enorme alento aos paranaenses e aos brasileiros de bem. Afinal, Gleisi ainda não conseguiu provar as razões que a levaram a ingressar na política.

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