Ré por corrupção e lavagem de dinheiro, correndo o risco de ser presa, Gleisi é a nova líder do PT

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Vivendo uma fase que muitos consideram como terminal, o Partido dos Trabalhadores debate-se em todas as direções na esperança de escapar da anunciada morte política. O PT encolheu sobremaneira nas últimas eleições – vem sendo abandonado por prefeitos, deputados e outras lideranças – e tem sérias dificuldades para encontrar um “companheiro” que não esteja enrolado na Justiça para ocupar destacados cargos na legenda.

Prova dessa situação dramática é a escolha da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) para o posto de líder do partido no Senado. Ré em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção passiva e alvo de inquérito resultante da Operação Custo Brasil, Gleisi substituirá o senador Humberto Costa (PT-PR), cujo currículo político não é um véu cândido e sagrado. Entre os assuntos que marcam a trajetória do senador petista está o escândalo a “Máfia dos Vampiros”.

A “Máfia dos Vampiros”, para quem não se recorda, foi um escândalo de corrupção que envolveu envolvia empresários, servidores do Ministério da Saúde, deputados federais e os chamados grupos de pressão. A quadrilha surrupiou do Ministério da Saúde cerca de R$ 2 bilhões, através de um esquema de licitações fraudulentas e faturas falsas. Os envolvidos competiam entre si na seara do superfaturamento de medicamentos e hemoderivados. O escândalo foi descoberto em 2004, quando Humberto Costa estava ministro da Saúde.


Não obstante, Humberto Costa teve o currículo chamuscado pelo Escândalo dos Sanguessugas, que funcionou no Ministério da Saúde desde 2001, na gestão de José Serra, e terminou cinco anos mais tarde, quando o petista não mais estava à frente da pasta. O escândalo consistia em desviar recursos públicos destinados à compra de ambulâncias. De acordo com as investigações, a quadrilha teria movimentado, em valores da época, aproximadamente R$ 110 milhões. Costa foi inocentado pela Justiça, mas ficou com o carimbo do imbróglio.

Voltando à liderança petista… Cabe aos líderes partidários discutir projetos que serão incluídos na pauta de votação do Legislativo, atuar como articulador político da legenda e orientar as respectivas bancadas durante as votações.

A nova líder do PT é ré em uma ação penal no âmbito da Operação Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por ter recebido, segundo delatores, propina no valor de R$ 1 milhão, dinheiro desviado do esquema criminoso que durante uma década funcionou de forma deliberada na Petrobras.

Gleisi também é alvo de inquérito, no escopo da Operação Lava-Jato, pelo crime de corrupção passiva. A investigação foi solicitada pela Procuradoria-Geral da República e teve como origem uma planilha apreendida pelos investigadores e que estava em poder de Maria Lúcia Guimarães Tavares, apontada como responsável pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor conhecido na empreiteira como “departamento de propinas”.

A maior proeza de Gleisi, no entanto, foi nomear, quando chefiava a Casa Civil de Dilma Rousseff, um pedófilo condenado a mais de cem anos de prisão a cargo de assessor especial da pasta. Eduardo Gaievski, o “amiguinho” de Gleisi e alvo de um cipoal de denúncias por pedofilia foi escalado pela petista para cuidar das políticas do governo federal destinadas a crianças e adolescentes.

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