Receita e Polícia Federal fazem operação no porto de Santos e apreendem 722 quilos de cocaína

Na madrugada desta quarta-feira (26), a Receita Federal deflagrou duas operações no porto de Santos, no litoral paulista, que resultaram na apreensão de 722 quilos de cocaína.

Na primeira ação, a Receita, em cooperação com Alfândega no porto de Santos e a Delegacia de Polícia Federal de Santos, deparou-se com nova forma de ocultação e envio de droga utilizada por traficantes. As autoridades flagraram estivadores com 32 quilos de cocaína junto ao corpo na tentativa de embarcá-los em navio que estava atracado no cais.

A segunda ação encontrou 690 quilos de cocaína em um contêiner carregado com sacas de açúcar, carga destinada ao porto da Antuérpia, na Bélgica. Monitorado pela Polícia Civil de São Paulo, o contêiner foi aberto pela Receita e pela Polícia Federal, que fizeram a apreensão da droga.

Os investigadores suspeitam que os traficantes usaram, no caso específico, a técnica criminosa conhecida por rip-off loading, na qual o entorpecente é inserido em uma carga regular, sem o conhecimento do proprietário.

A operação desta quarta-feira foi a décima terceira da Receita Federal em Santos no ano, tendo resultado na apreensão de 722 quilos de cocaína, como mencionado acima, e na prisão de sete estivadores e um caminhoneiro. Somente em 2017, seis toneladas de cocaína foram apreendidas no porto de Santos.

A droga apreendida foi entregue à guarda da Delegacia da Polícia Federal, que prosseguirá com as investigações. Os detidos serão enquadrados por tráfico internacional de drogas.


Máfia em ação

É importante recordar que a organização mafiosa italiana ‘Ndrangheta, que tem como base a região da Calábria, usou o esquema de lavagem de dinheiro operado pelo doleiro Alberto Youssef para enviar mensalmente duas toneladas de cocaína à Europa a partir do porto de Santos. A droga era produzida na Colômbia e na Bolívia. O braço financeiro do esquema criminoso era a doleira gaúcha Maria de Fátima Stocker.

A Polícia Federal desmontou o esquema e Maria de Fátima, ligada a Youssef, foi presa pela Interpol, em ação que contou com policiais da Espanha, Suíça, Inglaterra e Itália.

Os traficantes peruanos e bolivianos ingressavam no porto de Santos à noite, arrombavam contêineres com destino a portos europeus e colocavam a carga de cocaína dentro deles. Depois avisavam os integrantes da ‘Ndranghetta para invadir o navio na Itália e resgatar a cocaína escondida nos contêineres.

A ‘Ndranghetta pagava para a doleira Maria de Fátima Stocker, que informava Alberto Youssef, estar de posse do dinheiro. O doleiro do Petrolão, por sua vez, repassava o valor correspondente aos criminosos, no Brasil, pelo envio de cocaína pura.

Alberto Youssef levantava o dinheiro (em reais) no esquema criminoso que funcionou durante uma década na Petrobras e outros órgãos do governo brasileiro. De acordo com as investigações, o doleiro contava com o apoio de políticos e integrantes do governo do PT para viabilizar o dinheiro destinado aos traficantes.

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