Reforma ministerial é considerada inevitável após a necessária aprovação do impeachment de Dilma

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Quando Michel Temer é citado como presidente interino ou em exercício, muitas pessoas discordam ou reclamam, mas essa é a realidade em que o peemedebista se encontra ao substituir temporariamente Dilma Rousseff, afastada por decisão do Senado Federal, que na segunda quinzena de agosto definirá o futuro da petista.

A interinidade de Michel Temer existe não apenas por razões técnicas, mas faz-se presente nas medidas que o próprio presidente em exercício vem tomando. Ainda muito longe do esperado e do necessário, até porque poderão ser modificadas ou canceladas com o eventual retorno da presidente afastada – o que não deve acontecer -, as medidas tomadas por Temer, em especial na área econômica, ganharão corpo depois da decisão do Senado acerca do impeachment de Dilma, o que dará ao peemedebista a certeza de que sua permanência na Presidência da República é definitiva, até 31 de dezembro de 2018.

Mais curto por conta do período que Dilma ocupou a Presidência desde janeiro de 2015, o mandato de Michel Temer será marcado por duas fases. A primeira focada na formação de uma equipe ministerial cujo objetivo é garantir a aprovação do impeachment da petista, o que deve ser confirmado pelos senadores, cada vez mais pressionados pela opinião pública.

A segunda fase do governo de Temer começará em breve e com uma inevitável reforma ministerial. Isso porque a formação atual da equipe ministerial está longe de ser a dos sonhos, pelo contrário, é baseada não apenas na necessidade do presidente interino de manter apoio no Congresso, mas também fisiologismo que emoldura a realidade partidária nacional.


A necessária reforma ministerial acontecerá possivelmente em setembro, depois da esperada aprovação do impeachment de Dilma Rousseff, sendo que os únicos nomes que não correm qualquer risco são os da equipe econômica: Henrique Meirelles (Fazenda), Maria Silvia Bastos Marques (BNDES) e Ilan Goldfajn (Banco Central). Em relação aos outros ministros, todos, sem exceção, correm o risco de serem ejetados das atuais pastas.

Não é preciso nenhum conhecimento político mais aprofundado para perceber que alguns dos atuais ministros deixam muito a desejar, principalmente os envolvidos direta ou indiretamente na fase final dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Independentemente do desejo de mudança imediata que move a população brasileira, tirar o Brasil da crise não é tarefa fácil e exige doses extras de paciência, pois o enxadrismo da política é cruel diante de qualquer situação de afobamento. Sendo assim, que Michel Temer consiga fazer na eventual segunda fase do seu governo aquilo que não conseguiu na primeira: ter a seu lado um ministério de notáveis. Só assim o País conseguirá enxergar um horizonte minimamente promissor.

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