Relações com a ditadura: deputados do PPS pedem que presidente da CBF seja ouvido na Câmara

Passado negro – O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), e o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) protocolaram, nesta quarta-feira, nas comissões de Direitos Humanos e Turismo e Deporto da Câmara, pedido de audiência pública para debater as relações do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, com os órgãos de repressão do regime militar. Os parlamentares convidam também o coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro, e o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Nemer Damous Filho.

No requerimento de audiência pública, Bueno e Jordy argumentam que nas últimas semanas a imprensa vem divulgando uma série de reportagens sobre a ligação do presidente da CBF com órgãos repressores da ditadura, responsáveis pela prisão, tortura e até morte de opositores ao regime militar.

Ivo Herzog, o filho do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura militar em 1975, tem afirmado à imprensa que Marin teria contribuído para a perseguição dos órgãos de repressão contra seu pai. Aponta, entre outros fatos, que 16 dias antes de morrer, Vladimir Herzog fora criticado por Marin em um discurso na Assembleia Legislativa de São Paulo – o presidente da CBF era, na época, deputado pela Arena. Ivo lidera, junto com o deputado Romário (PSB-RJ), campanha pública para a destituição do cartola do comando do futebol brasileiro e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

No pedido de audiência, os parlamentares do PPS argumentam que Marin, por exercer papel de relevância nas competições esportivas internacionais que o Brasil sediará nos próximos anos, precisa apresentar sua versão dos fatos.