Republicanos distanciam-se de Donald Trump após declarações estapafúrdias sobre o russo Putin

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Os mais recentes comentários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o homólogo russo Vladimir Putin levaram alguns nomes do partido Republicano a se distanciarem do magnata que vem transformando a Casa Branca é palco de uma ópera bufa. Democratas também lançaram críticas ao líder.

Em entrevista concedida por Trump à emissora Fox News no domingo (5), o jornalista Bill O’Reilly argumentou que o presidente russo é um “assassino”, sem especificar quem teria sido morto. Durante o governo Putin, uma série de jornalistas e opositores foram assassinados. “Há muitos assassinos. Nós temos muitos assassinos. O que você acha: que nosso país é tão inocente?”, respondeu Trump.

O apresentador disse, então, não conhecer líderes do governo americano que sejam assassinos. E Trump rebateu, referindo-se à guerra do Iraque: “Dê uma olhada no que também fizemos. Cometemos muitos erros.”

“Ele [Putin] é líder de seu país. E digo que é melhor nos entendermos com a Rússia. E se a Rússia nos ajudar na luta contra o ‘Estados Islâmico’ (EI) e contra o terrorismo islâmico em todo o mundo, isso é algo bom”, disse Trump na entrevista. “Vou me entender com ele? Não faço ideia.”


Senadores e Kremlin reagem

Em reação às declarações de Trump, o líder republicano no Senado, Mitch McConnell, criticou ações de Putin, lembrando que o presidente russo foi agente da KGB – o notório serviço secreto da era soviética –, chamando-o de “bandido” e questionando a maneira como ele foi eleito.

“Os russos anexaram a Crimeia, invadiram a Ucrânia e interferiram na nossa eleição”, disse. “E não acho que haja uma equivalência entre a maneira que os russos conduzem seu país e a maneira como os Estados Unidos o faz.”

O senador republicano Ben Sasse, crítico de Trump, se manifestou na mesma linha. “Não há equivalência moral entre os EUA, a maior nação livre da história mundial, e os bandidos assassinos que defendem o clientelismo de Putin.”

O democrata Michael McFaul, que foi embaixador dos EUA na Rússia e conselheiro do ex-presidente Barack Obama, também se manifestou. “Essa equivalência moral que Trump continua traçando entre os EUA e a Rússia é repugnante e imprecisa”, disse.

Nesta segunda-feira, o governo russo exigiu um pedido de desculpas da Fox News pelos comentários de O’Reilly. “Consideramos tais palavras da Fox TV inaceitáveis e insultantes”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Já na campanha eleitoral, Trump elogiou Putin e sinalizou querer melhorar as relações com a Rússia. O magnata continuou defendendo o colega russo mesmo após as agencias de inteligência americanas denunciarem a interferência de Moscou na eleição presidencial dos EUA em favor do republicano. (Com agências internacionais)

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