Senado decide manter a prisão do petista Delcídio Amaral, determinada pelo STF nesta quarta-feira

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Após o plenário do Senado Federal decidir pela votação aberta (52 votos a favor, 20 contra e uma abstenção) no caso da prisão do líder do governo na Casa, Delcídio Amaral (PT-MS), os senadores optaram por manter o despacho do ministro Teori Zavascki, que teve o apoio unânime dos ministros que integram a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.

Vencidas as discussões que pairaram sobre como seria o voto (secreto ou aberto), os parlamentares decidiram manter a prisão de Delcídio Amaral, que foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (25) sob a acusação de tentar obstruir o trabalho da Justiça no caso da Operação Lava-Jato, que desmontou o Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história.

Analisados os autos do processo que embasou o mandado de prisão de Delcídio Amaral, o Senado decidiu, por votos 59 a favor, 13 contra e uma abstenção, referendar a decisão do STF, ou seja, os parlamentares mantiveram a prisão cautelar do líder do governo na Casa.

Ao perceber que o advogado Edson Siqueira Ribeiro, que defende Nestor Cerveró, fazia o chamado “jogo duplo”, o filho do ex-executivo da Petrobras, Bernardo Cerveró, foi à Procuradoria-Geral da República e combinou a gravação da reunião em que o senador petista oferece uma mesada de R$ 50 mil e sugere uma rota de fuga, com a capital espanhola como destino final. Nestor Cerveró tenta dupla cidadania e, na opinião de Delcídio, teria facilidade de ingressar na Espanha e lá fixar residência.

O líder do governo no Senado chegou a sugerir o tipo de avião que seria utilizado na fuga de Cerveró: um Falcon 50, que tem autonomia de voo suficiente para chegar à Europa. A operação de fuga estava orçada em R$ 4 milhões e seria custeada pelo banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual.

Para que o plano desse certo, Cerveró deveria ser colocado em liberdade, já que está preso desde janeiro em Curitiba, por determinação do juiz Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato. Para tanto, Delcídio garantiu ao filho de Cerveró que convenceria alguns ministros do STF sobre a necessidade da revogação da prisão do ex-diretor da Petrobras.

A discussão no plenário do Senado, vencida a questão da modalidade da votação, passou a ser a legalidade da prisão de um parlamentar no exercício do mandato eletivo e sem culpa formada. Senadores alegaram que a decisão do Supremo quebrou a imunidade parlamentar ao determinar a prisão de Delcídio.

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