Senado derrota o governo ao estender reajuste às aposentadorias e coloca Dilma em xeque

dilma_rousseff_485Nó político – Enquanto desfila na terra dos czares como “fulanização” da excelência em termos de governança pública, a petista Dilma Vana Rousseff coleciona derrotas e más notícias no Brasil. Sem ter uma notícia positiva sequer para apresentar aos brasileiros, a presidente pega carona na criação do banco do Brics, como essa fosse a solução para os problemas que se avolumam em terras verde-louras.

Vivendo uma crise político-institucional sem precedentes, apenas comparável à vivida pro Fernando Collor antes do impeachment, Dilma tenta, sem sucesso, reverter o caos que se instalou na economia nacional. Na noite de quarta-feira (8), o Senado Federal referendou matéria aprovada na Câmara dos Deputados e estendeu às aposentadorias os mesmos cálculos de reajuste do salário mínimo. Ou seja, seguindo o caminho da justeza, os aposentados terão os benefícios reajustados em condições idênticas às do piso salarial vigente no País.

Engana-se quem pensa que no Congresso Nacional sobram inocentes. Pelo contrário, o mais tolo no Parlamento conseguiu se eleger e conquistou um mandato. Sendo assim, os senadores, repetindo a decisão dos deputados federais, transferiram à presidente Dilma Rousseff a missão de sancionar ou vetar a lei aprovada e que beneficia os aposentados.

A decisão, que teve lugar no plenário do Senado, foi mais uma sonora derrota imposta ao governo, que vive às voltas com os efeitos colaterais do pacote de ajuste fiscal. Considerando, por um lado, que o governo precisa cortar gastos e economizar para cumprir a meta de superávit fiscal, o que vem ocorrendo na esteira de manobras e dribles, a aprovação da matéria é um duro golpe nos planos palacianos.

Por outro lado, contudo, se Dilma vetar a referida lei o estrago será ainda maior. E colocará a presidente na situação tão bem traduzida pela expressão popular “se ficar o bicho come, se correr o bicho pega”. A grande questão nesse quesito é que a aprovação de Dilma está em queda livre, já abaixo dos dígitos, e pode piorar ainda mais se a petista vetar a lei.

Sem qualquer perspectiva de oferecer aos brasileiros um cenário ao menos alentador, Dilma errará enormemente qual seja a sua decisão. Não se pode esquecer que em caso de veto a tendência é de que a pressão popular cresça ainda mais, principalmente porque os aposentados se fazem representar de maneira firme no Congresso, onde a maioria sempre aguarda uma nova oportunidade de dar uma cajadada no mandato da petista, que cambaleia a todo instante.

Esse quadro de incertezas reforça a tese do UCHO.INFO, de que Dilma, se pressionada de forma adequada e insistente, não terá outra saída, que não a de jogar a toalha e deixar o governo. Isso porque não há instrumento melhor para sacar um governante do poder do que a insatisfação popular. É fato que Dilma é dona de temperamento forte e capaz de suportar situações de dificuldade, mas novos panelaços certamente tirarão a presidente do eixo.

Ademais, qualquer outro tipo de estratégia para afastá-la do poder – impeachment ou intervenção militar – abriria caminho para o discurso de “golpe da direita”, ao mesmo tempo em que serviria para oxigenar a esquerda bandoleira tupiniquim. Aliás, o que Lula, candidato a retornar ao Palácio do Planalto, mais quer é que esse cenário do suposto golpismo ganhe força.

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