Senadores fracassaram na tentativa de evitar que Lobão presidisse sabatina de Alexandre de Moraes

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Fracassou a tentativa de alguns senadores para convencer o senador Edison Lobão (PMDB-MA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ), a não presidir a sabatina do advogado Alexandre de Moraes, indicado ao Supremo Tribunal federal (STF) por Michel Temer.

O objetivo da manobra era evitar constrangimentos, assim como críticas à Operação Lava-Jato, já que Lobão é alvo de investigações no âmbito do Petrolão, o maior e mais ousado esquema de corrupção que se tem notícia.

“O senador Lobão poderia fazer um grande serviço ao Brasil e se julgar suspeito para conduzir essa sabatina. Como o relator revisor da Lava Jato terá sua sabatina conduzida por um investigado?”, questionou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Nos bastidores do Senado a preocupação era idêntica, pois há a possibilidade de a sabatina ter a sua essência desfigurada, uma vez que a oposição está disposta a tumultuar a sessão da CCJ, criando armadilhas para deixar o sabatinado em situação de dificuldade.


A alternativa seria deixar o comando da sessão da CCJ ao vice-presidente do colegiado, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que goza de bom trânsito na oposição.

A sabatina de Alexandre de Moraes poderá ocupar toda esta terça-feira (21), pois a oposição não poupará esforços para inviabilizar a aprovação do nome indicado pelo presidente da República, mesmo sabendo que o governo tem ampla maioria na Comissão, assim como no plenário do Senado. Ou seja, a aprovação é uma questão de tempo.

Moraes não é o melhor dos nomes para ocupar uma vaga na mais alta instância do Judiciário nacional, mas a atual oposição não deveria promover tanta gritaria, já que na indicação do ministro Dias Toffoli, conhecido à época por seu raso conhecimento jurídico, seus aliados fizeram o mesmo que fazem os que apoiam o indicado de agora.

Apenas para ressaltar o cenário em que se dará a tal sabatina, dos treze membros titulares da CCJ, ao menos dez são alvo de investigações no escopo da Operação Lava-Jato. Como Alexandre de Moraes, se aprovado, será o revisor dos processos resultantes da operação, é grande o volume de fumaça na CCJ.

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