Separatistas se negam a entregar armas e ameaçam acordo entre Rússia e Ucrânia

(Reuters)
(Reuters)
Bomba-relógio – Mesmo após Rússia e Ucrânia terem concordado com o desarmamento das milícias separatistas no leste ucraniano a fim de reduzir a violência entre pró-russos e forças nacionais de segurança, a situação continua tensa no leste da Ucrânia. Houve tiroteio durante a madrugada desta sexta-feira (18) em Slaviansk, leste da Ucrânia, quando tropas do governo derrubaram uma barricada erguida por separatistas uniformizados.

Insurgentes do leste deixaram claro que só deixarão os prédios públicos que ocupam em mais de 10 cidades quando o governo interino em Kiev renunciar. Denis Pushilin, porta-voz da autoproclamada República Popular de Donetsk, afirmou à imprensa que os separatistas não reconhecem como legítimo o governo em Kiev.

Pushilin disse ainda que o ministro russo do Exterior, Sergei Lavrov, que participou do encontro desta quinta-feira em Genebra para encerrar o conflito no leste ucraniano, “não assina nada” em nome dos militantes. “Vamos continuar até o fim”, garantiu o líder separatista, ao lado de dois homens mascarados, no prédio da administração da cidade de Donetsk, ocupado pelo grupo.

Acordo ameaçado

A posição ameaça o acordo celebrado em Genebra durante o encontro dos representantes dos Estados Unidos, União Europeia, Ucrânia e Rússia, de que todas as partes do conflito renunciariam à violência, a intimidações e a provocações. O acerto estabelece que os insurgentes devem deixar os prédios públicos ocupados no leste ucraniano.

“Este é um acordo razoável, mas então todos devem deixar os prédios públicos ocupados ilegalmente, incluindo Yatsenyuk (primeiro-ministro interino da Ucrânia) e Turtchinov (presidente interino)”, reclamou Pushilin.

Arseniy Yatsenyuk afirmou ao Parlamento da Ucrânia nesta sexta-feira que o governo preparou um projeto de lei propondo anistia a todos que concordarem em baixar as armas e desocupar prédios públicos.

Ceticismo de Obama

Apesar de o surpreendente acordo em Genebra ser considerado por russos e ucranianos como o melhor caminho encontrado até agora para reduzir a tensão, o presidente americano, Barack Obama, mostrou-se um tanto quanto cético com relação à eficácia dele.

“Não acredito que a essa altura possamos estar certos de alguma coisa”, disse Obama. “Não vamos contar com ele (acordo) até que o vejamos”, disse.

O presidente americano ressaltou ainda que se o não houver progresso na situação dentro dos próximos dias, “consequências adicionais” poderão ser impostas sobre a Rússia, além das sanções que Washington estabelecera contra os russos e que atingem principalmente pessoas próximas de presidente Vladimir Putin. (Com agências internacionais)