Sessão que aprovou nova meta fiscal mostrou que o Brasil segue refém da briga pelo poder

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A sessão do Congresso que aprovou a nova meta fiscal do governo (déficit de R$ 170,5 bilhões) durou quase dezessete horas e teve direito à choradeira dos esquerdistas e espetáculos pífios protagonizados por integrantes da nova oposição, como o deputado federal Silvio Costa (PTdoB-PE), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Costa levou a cabo mais um espetáculo ruidoso e degradante, Grazziotin fez o gênero emburrada por não conseguir destilar sua sanha comunista durante vinte minutos, enquanto Lindbergh subiu à tribuna como o último corajoso do universo.

Que o desespero dos dilmistas é grande e crescente todos sabem, mas em alguns momentos o amadorismo da tropa de choque da presidente afastada chega a envergonhar. A madrugada avançava quando o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) apresentou à Mesa Diretora requerimento propondo o encerramento da discussão. O documento foi colocado em votação e aprovado, mas a esquerda pediu verificação nominal. Sem perder tempo, o PSDB reforçou o pedido, impedindo que o mesmo fosse retirado mais adiante.

A votação eletrônica, que garantiu a verificação solicitada, impediu que o mérito da matéria fosse votado da mesma forma. Isso porque Regimento Interno do Congresso impede que duas votações eletrônicas ocorram com intervalo menor do que uma hora. Como Renan Calheiros, que presidência a sessão, resolveu acelerar o processo na reta final, a proposta de ajuste fiscal foi votada de forma simbólica, impondo mais uma derrota ao grupo de Dilma, não sem antes evidenciar a incompetência desses parlamentares diante das normas regimentais.

O rombo de R$ 170,5 bilhões deixado por Dilma nas contas públicas – para o UCHO.INFO o déficit é muito maior – levou seus defensores a embarcarem em discursos desconexos, afirmando que o cálculo é mentiroso e que a diferença servirá para alimentar a roubalheira do governo de Michel Temer. Uma afirmação leviana, típica de quem desconhece a matéria e está sendo corrido pelo desespero.


Alguns integrantes da nova oposição garantem que o governo Temer não durará três meses, mas não explicam as razões de um déficit bilionário nas contas do governo central. Dizem apenas que depois de doze anos o Brasil começava a trilhar o caminho do desenvolvimento, como se a derrocada da economia nacional fizesse parte do script esquerdista que tentou transformar o Brasil em uma enorme ditadura comunista, travestida de democracia mambembe.

O Brasil assiste a uma briga ferrenha pelo poder, sendo que em um lado do no ringue estão os afastados, no outro, os interinos. O mais importante no momento é privilegiar o compromisso com o País, que com a máxima urgência precisa ser sacado do atoleiro da crise. O que se viu na longa sessão do Congresso, que na primeira parte dedicou-se à análise de vetos presidenciais que trancavam a pauta, foi uma clara disposição da nova oposição de dificultar ao máximo a gestão de Michel Temer, como se o Brasil tivesse de pagar a conta da briga pelo poder.

O relator da Comissão Mista de Orçamento, deputado Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS), deu parecer verbal favorável à revisão dos números. O parlamentar, que votou contra o impeachment de Dilma, disse que não poderia “votar contra o Brasil”. Para ele, o número pleiteado pelo governo é “justo” e a alteração da meta “é um bem para o País”.

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