Setor de serviços cresce 0,7% em fevereiro, mas registra queda de 5% em doze meses

O setor de serviços apresentou em todo o País, em fevereiro, crescimento de 0,7% em relação a janeiro, quando houve elevação de 0,2%. Em dezembro, o avanço foi de 0,6%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, na série sem ajuste sazonal, em relação a fevereiro de 2016, o setor registrou recuo de 5,1%, após quedas em janeiro (3,5%) e dezembro (5,7%). Segundo o IBGE, com esses resultados, a taxa acumulada no ano apresenta redução de 4,3% e, nos últimos doze meses, de 5%.

O segmento de serviços prestados às famílias destacou-se em fevereiro (0,6%) na comparação com janeiro. Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio tiveram crescimento de 0,5% e serviços profissionais, administrativos e complementares de 0,2%.

As quedas ficaram com os segmentos de serviços de informação e comunicação (1,5%) e outros serviços (0,5%). O IBGE destacou que o agregado especial das atividades turísticas anotou crescimento de 0,2% na comparação com janeiro.

Crescimento real

Para o técnico da Coordenação das Estatísticas dos Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha, o setor de serviços vem apresentando crescimento real e, nos últimos quatro meses, segue a expansão do setor industrial. “Se acompanharmos desde novembro do ano passado, os gráficos vêm apresentando uma tendência de alta. A se continuar o crescimento da indústria, o setor de serviços vai seguir esta tendência”.

Na visão de Saldanha, esse movimento é positivo na medida em que o setor industrial apresenta crescimentos constantes, implica maior contratação de serviços, em especial, de transporte de cargas, diante da maior demanda de transporte para consumo de matérias-primas e também para a distribuição da sua produção final.


Ele destacou que mensalmente o maior crescimento contínuo do setor industrial tem beneficiado a área de serviços. Outro fator a se observar, disse, é o crescimento nos serviços prestados às famílias, em que pese ainda existirem taxas de desemprego em um nível não adequado e queda na renda das famílias. A ajuda para melhorar o desempenho dos serviços pode estar na estabilização de preços.

“A gente vem verificando um crescimento no consumo desses serviços prestados às famílias, o que se pode creditar a uma estabilização dos preços. Com preços mais estáveis, as famílias se mostram mais propensas a consumir alimentação fora de casa e serviços de hotelaria em geral”, explicou.

Consumo pode aquecer

Para o técnico, os dados indicam que o pior já passou para o setor de serviços, mas um desempenho significativo ainda depende da permanência da melhoria do setor industrial. Poderia ainda haver um reforço, caso houvesse maior contratação dos três níveis de governo. “Ele [setor de serviços] tem essa tendência de acompanhar o setor industrial. Em se verificando uma retomada de contratação, a tendência é o setor de serviços ter um maior nível de crescimento”, afirmou.

Segundo Saldanha, o nível da taxa de desemprego ainda é um entrave para a retomada do setor de serviços. “Acho que uma taxa de desemprego indesejável, em um patamar mais elevado, prejudica a retomada do consumo por parte das famílias, então uma taxa de crescimento maior com um maior nível de renda das famílias, tudo isso aquece o consumo tanto do comércio como dos serviços prestados às famílias”, finalizou. (ABr)

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