Síria terá eleição presidencial em junho, possivelmente com candidato único

(Reuters)
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Sem solução – O presidente do Parlamento da Síria, Mohammad al-Laham, anunciou nesta segunda-feira (21) que as eleições presidenciais no país serão realizadas no dia 3 de junho. Serão as primeiras eleições presidenciais desde a aprovação da atual Constituição, em 2012, que acabou com o antigo sistema de referendo, permitindo a existência de vários candidatos.

Apesar disso, segundo observadores, o pleito deverá levar à reeleição do presidente Bashar al-Assad, que deverá ser o único candidato.

As candidaturas ao cargo deverão ser colocadas a partir desta terça-feira e até 1º de maio, informou Al-Laham. Ele adiantou ainda que os sírios que vivem fora do país poderão votar já em 28 de maio.

Provável candidato único

As condições impostas a candidatos a presidente, no entanto, restringem as chances da oposição, já que muitos oposicionistas fugiram da repressão estatal e buscaram exílio no exterior. É exigido dos candidatos à presidência que tenham residido de modo continuado no país nos últimos dez anos.

Ainda é incerto como serão realizadas as eleições no país, devastado por uma guerra que já causou mais de 150 mil mortes, 2,5 milhões de refugiados e 6,5 milhões de deslocados desde março de 2011. Rebeldes controlam grandes áreas do território.

Da mesma forma como acontecera com seu pai, Hafez, até agora Bashar al-Assad foi eleito por referendo, como candidato único. Depois de sua eleição em 2000 com 97,29% dos votos, ele foi reeleito em 2007 com 97,62%.

Assad ainda não anunciou oficialmente a sua candidatura, mas em uma entrevista em janeiro ele admitiu que isso seria “provável”. Os oposicionistas exigem a saída incondicional do presidente da chefia do governo.

Jornalistas franceses libertados

No final de semana foram libertados os quatro jornalistas franceses que haviam sido raptados na Síria em junho do ano passado. Eles chegaram neste domingo à França, onde foram recebidos pelo presidente François Hollande.

Edouard Elias, Didier François, Nicolas Hénin e Pierre Torres estão “em boas condições de saúde, apesar das condições adversas sob as quais estiveram”, disse Hollande. O grupo havia sido capturado pelo grupo extremista Isil, que luta na Síria e no Iraque pela criação de um Estado islâmico.

Armas químicas destruídas

Cerca de 80% das armas químicas declaradas pela Síria foram retiradas do país ou estão destruídas, segundo inspetores internacionais. Se continuar nesse ritmo, a Síria poderá cumprir o prazo de 27 de abril para entregar todas as armas, disse a coordenadora especial das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas, Sigrid Kaag.

Após um ataque com armas químicas perto de Damasco em agosto do ano passado, o governo do país em guerra civil havia concordado com a destruição de gases venenosos de seu estoque, para evitar um ataque militar dos Estados Unidos. (Com agências internacionais)