Suplicy pagou passagem da namorada com dinheiro público, mas na campanha fala de honestidade

(Foto: Ucho Haddad)
(Foto: Ucho Haddad)
Face lenhosa – No Brasil, assim como em inúmeras partes do planeta, a política é o eterno exercício da mentira. Até porque, nove entre dez políticos creem na teoria esdrúxula de Joseph Goebbels, chefe da propaganda nazista, de que uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade.

Considerado pelo Partido dos Trabalhadores como um “aloprado” útil, que entra em cena quando a legenda enfrenta dificuldades enquanto permanece na mira dos adversários, Eduardo Suplicy, ao contrário do que diziam os “companheiros”, conseguiu legenda para tentar novo mandato no Senado Federal.

Suplicy protagonizou espetáculos pífios no Senado, como suas cantorias bizarras e a cueca vermelha que vestiu sobre a calça a pedido de Sabrina Sato, que à época integrava a equipe do humorístico “Pânico Na TV”. É verdade que o Senado da República já viveu dias melhores, principalmente nos quesitos conhecimento e capacidade dos parlamentares, mas é preciso que um senador, por mais imbecil que seja, saiba a importância da Câmara Alta no processo político e democrático. Mesmo que o rolo compressor do Palácio do Planalto seja acionado com frequência.

Na circense campanha que faz em São Paulo, na tentativa de cabalar votos entre os eleitores paulistas, Eduardo Suplicy é o segundo colocado nas pesquisas, atrás apenas do tucano José Serra, que deve conquistar a única vaga paulista no Senado que está em disputa.

Para convencer seu eleitorado, Suplicy adotou a estratégia de “vender” aos incautos sua honestidade. Tanto é assim, que seu material de campanha insiste em destacar a ética e o respeito que o senador petista devota ao dinheiro público.

É fato que cada um acredita naquilo que lhe convier, mas não se pode ignorar a realidade dos fatos, até porque honestidade na seara política é mercadoria raríssima. Apenas para desmontar o discurso oportunista de Suplicy, o senador usou parte da verba de seu gabinete para levar sua namorada a Paris. Descoberto, Eduardo Suplicy exibiu sua conhecida expressão de sonso e disse que devolveria o dinheiro aos cofres do Senado.

A devolução do dinheiro surrupiado do bolso do contribuinte não ilide o crime. É o mesmo que matar alguém a facada e diante da constatação do crime querer minimizar o estrago retirando a faca cravada no cadáver. Na ocasião, Suplicy alegou que desconhecia a proibição do uso do dinheiro público para tal fim.

Ora, se um senador da República desconhece as regras básicas da vida pública, começando pela moralidade, que deixe o cargo para quem sabe o que isso significa. A grande questão é como encontrar alguém no Brasil que saiba o significado de moralidade, uma vez que a extensa maioria dos políticos faz na vida pública aquilo que diariamente faz na privada.

apoio_04