Toffoli é suspeito de envolvimento com alvo da Custo Brasil, que indiciou Paulo Bernardo, marido de Gleisi

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Ligações perigosas entre o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e um possível desdobramento da Operação Custo Brasil, que indiciou o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações) e comprometeu, como beneficiária, sua mulher, a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), pode ter consequências explosivas. Isso porque um novo imbróglio liga a corrupção do PT ao magistrado da Corte Suprema.

No âmbito da Operação Custo Brasil, Paulo Bernardo é acusado de comandar esquema criminoso que desviou mais R$ 100 milhões de servidores federais, inclusive aposentados, que recorreram a empréstimos consignados. Em outro ponto da avalanche de corrupção, Carlos Gabas, ex-ministro da Previdência, também implicado na “Custo Brasil”, aparece em interceptações da Polícia Federal fazendo combinações nebulosas com Toffoli.

A troca de mensagens entre Gabas e Dias Toffoli foi identificada após operação de busca e apreensão na casa do então ministro da Previdência, que autorizou o desconto de valores mensais dos benefícios dos servidores federais aposentados que contraíram empréstimos consignados através do sistema Consist, o mesmo que mandou Bernardo à prisão.


Em dezembro de 2014, o prefeito de Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, acusado de compra de votos, perdeu o registro eleitoral e pediu socorro a Carlos Gabas, ministro de Dilma Rousseff, e a Luiz Marinho, à época prefeito de São Bernardo do Campo. Segundo um relatório da PF, obtido pela revista Veja, Carlos Gabas imediatamente acionou Dias Toffoli, enviando-lhe a seguinte mensagem:

“Diga aí, Excelência! Podemos tomar um café?”

Ao que Dias Toffoli respondeu-lhe:

“Estou no TSE. Se quiser, passe aqui”.

Carlos Gabas encontrou-se com Dias Toffoli. Quinze minutos depois do encontro, encaminhou uma mensagem a Luiz Marinho, dizendo-lhe:

“Tudo certo. Pede para protocolar o pedido de reconsideração”.

No dia seguinte, o pedido foi protocolado e Dias Toffoli autorizou a posse do prefeito.

Não se pode esquecer que o ministro Dias Toffoli foi responsável pela decisão que colocou o “companheiro” Paulo Bernardo em liberdade, depois de passar alguns dias na prisão por seu envolvimento no escândalo desmontado pela Operação Custo Brasil. O mais interessante na esteira desse episódio policial é que Gleisi Helena regurgita moralidade, ao passo que o ministro do STF bate no peito ao declarar-se independente.

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