Turquia prende mais de 200 pessoas após atentados em Istambul

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Autoridades turcas prenderam, na segunda-feira (12), mais de 200 pessoas, incluindo membros de partidos pró-curdos, em resposta ao duplo atentado ocorrido em Istambul no final de semana, cuja autoria foi assumida por um grupo radical curdo. Além das prisões, o governo turco ordenou bombardeios a alvos curdos no norte do Iraque.

O número de mortos no atentado a bomba, ocorrido no último sábado (10) e que atingiu um estádio de futebol e um parque nas proximidades da arena esportiva, subiu para 44, de acordo com o ministro turco da Saúde, Recep Akgad. Entre as vítimas estavam 36 policiais. Outras 166 pessoas ficaram feridas.

Segundo o Ministério do Interior, foram presas 235 pessoas em onze cidades turcas, acusadas de agirem em nome do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) ou de promoverem o grupo, inclusive através das redes sociais.

O grupo que reivindicou o duplo atentado ocorrido no último sábado foi o “Falcões da Liberdade do Curdistão” (TAK), uma cisão do PKK – partido considerado terrorista pelos EUA e a União Europeia.


O Ministério não especificou o número de membros do Partido Democrático dos Povos (HDP), pró-curdo, e da agremiação afiliada Partido das Regiões Democráticas (DBP) presos nas operações.

As ações do governo aumentam os temores de que Ancara deverá reforçar as medidas repressivas contra políticos pró-curdos acusados de ligação com o PKK. O HDP nega tais acusações.

Bombardeios a alvos curdos no Iraque

Aeronaves turcas bombardearam alvos no norte do Iraque que atingiram “membros de uma organização terrorista separatista”, segundo afirmaram os militares, em referência ao PKK. As Forças Armadas disseram que atingiram alvos na região de Zap, destruindo bases dos militantes, abrigos e posições de artilharia.

Os três ataques de grandes proporções reivindicados pelo TAK neste ano, em Istambul e Ancara, deixaram um total de 73 mortos. O grupo diz que suas ações são em vingança pela violência promovida pelo Estado no sudoeste do país e pela prisão do líder do PKK, Abdullah Öcalan.

Décadas de conflitos entre o governo turco e o PKK resultaram na morte de dezenas de milhares de pessoas. A violência ressurgiu em 2015, após o colapso de negociações de paz. (Com agências internacionais)

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