Um terço das brasileiras foi alvo de violência no último ano

(P. Withaker – Reuters)

Nos últimos doze meses, 29% das mulheres brasileiras em idade adulta afirmam ter sido alvo de violência física ou verbal ou psicológica, revela o estudo “Visível e invisível: A vitimização das mulheres no Brasil”, divulgado nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher.

Segundo a pesquisa, realizada pelo instituto Datafolha sob encomenda da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma em cada três mulheres com idade acima dos 16 anos foi vítima de atos como espancamentos, ameaças, perseguições, esfaqueamentos, chutes ou empurrões no último ano. A maioria das vítimas eram mulheres de idade entre 16 e 24 anos (45%).

A violência física atingiu 503 mulheres a cada hora, ou seja, 4,4 milhões de brasileiras (9% das mulheres acima de 16 anos). Entre as entrevistadas, 9% afirmam ter levado chutes, empurrões ou tapas, e 10% dizem ter sofrido ameaças de agressão física.

Um total de 12 milhões de mulheres (22%) teria recebido insultos e xingamentos ou sido alvo de humilhações, enquanto 5 milhões (10%) teriam sofrido ameaça de violência física. Há ainda ameaças com facas ou armas de fogo (4%), lesão por algum objeto atirado (4%) e espancamento ou tentativa de estrangulamento (3%).


Agressor conhecido

Além disso, dois em cada três brasileiros presenciaram mulheres sendo agredidas física ou verbalmente. Em 61% dos casos, o agressor era conhecido da vítima: 19% acusam o próprio cônjuge, companheiro ou namorado, e outras 16%, o ex-parceiro. Irmãos (9%), amigos (8%), pai ou mãe (8%), vizinhos (4%) e colegas de trabalho (3%) também são mencionados na pesquisa do Datafolha.

Os atos de violência ocorreram, na maioria das vezes, em casa (43%) ou na rua (39%), mas também foram registradas ocorrências no trabalho (5%), e em bares e festas (5%).

Segundo a pesquisa, 40% das mulheres com mais de 16 anos sofreram algum tipo de assédio em 2016: 20,4 milhões (36%) foram alvos de comentários desrespeitosos nas ruas; 5,2 milhões (10%) foram assediadas fisicamente no transporte público, e 2,2 milhões (5%) foram agarradas ou beijadas à força.

A pesquisa, financiada pelo governo do Canadá e pelo Instituto Avon, foi realizada entre os dias 9 e 11 de fevereiro em 130 municípios de pequeno, médio e grande porte em todas as regiões do país. No total, 2.073 pessoas foram ouvidas – 1.051 mulheres, das quais 833 aceitaram responder um módulo de autopreenchimento.

A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para a sondagem nacional, e de 3 pontos para a amostra de mulheres participantes do módulo de autopreenchimento. (Com agências de notícias

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