Vencida a manobra contra o impeachment, líder do PPS na Câmara cobra renúncia de Waldir Maranhão

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Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder da legenda na Câmara, Rubens Bueno cobrou, nesta terça-feira (10), que o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), renuncie ao cargo depois do ato que o parlamentar classificou como “manobra de aloprado” para tentar anular o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na segunda-feira, Maranhão acatou parcialmente recurso da Advocacia-Geral da União e determinou que o Senado devolvesse o processo contra Dilma para a Câmara.

Ele alegava que na votação da admissibilidade do impeachment, nos últimos dias 15, 16 e 17 de abril, os partidos não poderiam ter orientado voto e nem deputados antecipado seus respectivos posicionamentos diante da matéria em julgamento. A decisão não foi acolhida pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), classificada pelo peemedebista como extemporânea e “brincadeira com a democracia”. Com a votação no Senado mantida para quarta-feira (11), Waldir Maranhão acabou recuando e anulando a própria decisão.

“Ao revogar a própria decisão ele está admitindo ao país que não tem as mínimas condições para presidir a Câmara. É preciso que ele renuncie o mais rápido possível para que possamos promover novas eleições e escolher um nome capaz de dar continuidade aos trabalhos da Casa. Vai começar um novo governo, que terá projetos importantes para serem analisados pela Câmara e, nesse cenário, não podemos ficar paralisados por causa de um presidente interino que não tem a confiança dos parlamentares”, afirmou Rubens Bueno.

O líder do PPS disse também que os partidos favoráveis ao impeachment ainda trabalham com outros cenários para promover nova eleição para a presidência da Câmara. “Temos a opção de provocar a Comissão de Constituição e Justiça para que decrete vago o cargo que era ocupado por Eduardo Cunha e ainda há as possibilidades de Waldir Maranhão ser expulso do PP ou ter seu mandato cassado pelo plenário”, explicou.


Rubens Bueno criticou a atuação do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), na trama para tentar embaralhar o andamento do processo de impeachment contra Dilma. “Quando três patetas se juntam dá no que deu. Foi uma verdadeira operação de aloprados”, finalizou o líder do PPS.

Não há dúvidas sobre a irresponsabilidade da atuação do advogado-geral em busca de um golpe contra o impeachment e principalmente contra o Estado Democrático de Direito. Se até então Cardozo não arrancava suspiros no meio jurídico nacional, apesar de sua atuação técnica na defesa de Dilma, após a lambança que contou com o aval do Palácio do Planalto a sua situação profissional piora sobremaneira.

Considerando que o governo criminoso do PT está em seu capítulo final, o AGU terá de se contentar em defender os “companheiros” que, na mira da Operação Lava-Jato, ainda aguardam o devido mandado de prisão.

Em relação à manobra burra de tentar barrar o impeachment, o Palácio do Planalto conseguiu duas proezas de uma só vez: convencer mais um naco da população de que o governo não tem condições de continuar, assim como aumentar o número de senadores favoráveis ao impedimento de Dilma Rousseff, que a essa altura dos acontecimentos deve estar arrumando as gavetas.

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