Vice do Grêmio afirma que goleiro do Santos FC inventou ofensas racistas para “fazer cera”

(Reprodução ESPN)
(Reprodução ESPN)
Sol quadrado – O inaceitável crime de racismo cometido contra o goleiro Aranha, do Santos Futebol Clube, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, começa a ganhar adeptos do famoso “deixa disso”. No momento dos xingamentos dirigidos ao goleiro santista, no final da partida entre Santos e Grêmio, as câmeras do estádio e uma da ESPN TV flagraram uma torcedora do time porto-alegrense chamando Aranha de “macaco”.

As imagens não deixam dúvidas a respeito do crime cometido, mas as autoridades policiais responsáveis pelo caso falam em averiguar os fatos. Em qualquer país minimamente responsável, a torcedora Patrícia Moreira, que xingou o goleiro, teria deixado o estádio presa. Ela perdeu o emprego e foi obrigada a deixar a casa em que mora na capital gaúcha, com a família.

Patrícia Moreira ainda não foi ouvida, mas seu depoimento está marcado para a próxima quinta-feira (4). O advogado Guilherme Rodrigues Abrão, que é conselheiro do Grêmio e chegou a dar entrevista como defensor da torcedora, desistiu de defendê-la. A decisão de defender Patrícia causou estranheza, pois a diretoria do Grêmio se prontificou a colaborar com as autoridades policiais na identificação dos torcedores que cometeram o crime de racismo.

Nesta quarta-feira (3), a partir das 14 horas, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgará o clube e gaúcho, denunciado no artigo 243-G. O clube poderá ser penalizado com exclusão da Copa do Brasil, além da perda de até dez mandos de campo em competições nacionais e pagamento de multa. O Grêmio já foi punido anteriormente pelo mesmo problema.

Enquanto a direção do clube aguarda a decisão do STJD, um cartola gremista, Alberto Preis, escreveu em sua conta no Twitter que o crime de racismo não ocorreu na partida contra o Santos FC.

Irresponsável e querendo minimizar o problema, Preis foi além e afirmou no microblog que Aranha simulou a confusão para ganhar tempo na partida da última quinta-feira (28). “Sabem por que o árbitro não viu nem presenciou? Porque não houve. Foi tudo uma grande encenação do goleiro para fazer cera”, escreveu Alberto Preis, que é integrante do Conselho de Administração do presidente Fábio Koff.

Instante depois, Preis postou novo comentário no Twitter: “Respeito opiniões baseadas em provas. Não em suposições e distorções”. Na sequência, o conselheiro gremista emendou: “Escrevi sobre provas que examinei e especifiquei. Existindo outras que não conheço obviamente reconhecerei o que elas comprovam”.

apoio_04