Daqui não saio –
Os aposentados e pensionistas concordaram em trocar a votação do Projeto de Lei 01 pela manutenção do veto presidencial, que não permitiu a majoração dos proventos da categoria em 16,67% em 2006. No contraponto, os manifestantes gostariam que o Congresso Nacional votasse o veto no dia 17 de junho, promessa que o presidente José Sarney não assumiu. É que por uma manobra do governo, tudo pode acontecer, inclusive o adiamento da sessão conjunta da Câmara e do Senado para uma data mais adiante. Essa mesma manobra foi aplicada pela líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), já que o veto da MP 288/06, que concedia o reajuste dos aposentados, estava previsto para ser votado nesta terça-feira.
Do ponto de vista prático, seria mais vantajoso para os aposentados a aprovação do PL 01, que iguala os percentuais de reajuste dos proventos e do salário mínimo. A proposta também agradaria ao governo. Enquanto a derrubada do veto determinaria um impacto de R$ 16 a R$ 18 bilhões no Orçamento da União, o reajuste pelo mínimo chegaria a R$ 5,7 bilhões. Pelo sim ou pelo não, os aposentados continuarão ocupando o plenário da Câmara até esta terça-feira. Eles aguardam um acordo com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), não sem antes apostar que na quarta os deputados aprovem o PL 01, já votado no Senado Federal. Assim, o projeto iria para sanção presidencial, mas ninguém garante que o presidente-metalúrgico Lula da Silva não vete mais uma vez a nova política de reajuste para os aposentados. Estão tramitando na Câmara mais dois projetos de interesse dos aposentados. Um que altera o fator previdenciário (que terá influência sobre as futuras aposentadorias) e outro que corrige as perdas salariais.