Como advertiu Lula, governo indica para CPI nomes favoráveis ao Planalto

À risca –

Entre opiniões de que a tensão seria prejudicial à CPI Petrobras/ANP e as recomendações do presidente Lula de que a base aliada não deveria dividir o comando da investigação com a oposição, o governo escolheu a segunda opção. Anunciou, então, na noite da última terça-feira, apenas nomes de companheiros assíduos do Planalto para a Comissão. E Lula ainda tem a audácia de dizer que não está “se metendo” na CPI. De tão óbvia a mentira, chega a ser ofensiva.

PMDB
Líder do partido, o alagoano Renan Calheiros indicou, como estava previsto, o líder do governo no Senado Romero Jucá (PMDB-RR). Porém, ao que tudo indica, a mudou de ideia quanto à possibilidade de recomendá-lo para a relatoria. Também indicou para titulares os senadores Paulo Duque (RJ) e o presidente do Conselho de Ética no Senado, Leomar Quintanilha (TO); e, para suplentes, Valdir Raupp (RO) e Almeida Lima (SE). Que Quintanilha e Almeida Lima foram fiéis defensores de Calheiros à época em que seu nome era alvo de escandalosa investigação por quebra de decoro parlamentar, deve ser pura coincidência.

PT
A petista Ideli Salvatti (SC), líder do governo no Congresso, foi indicada como titular da comissão. O bloco do partido do presidente Lula, do qual também fazem parte PR, PSB, PRB e PC do B, indicou para titulares da CPI os nomes de João Pedro (PT-AM) e Inácio Arruda (PC do B-CE), sendo que o último decidiu abandonar a relatoria da CPI das ONGs instalada há mais de um ano. Em todo esse tempo, o senador jamais apresentou um relatório preliminar sobre desvios de recursos do governo federal e de empresas estatais repassados a entidades não-governamentais suspeitas. Já os suplentes indicados foram Marcelo Crivella (PRB-RJ) e o ex-diretor da Petrobras Delcídio Amaral (PT-MS).

PTB e PDT
Para titulares desses partidos que também fazem parte do bloco governista no Senado, os indicados foram Fernando Collor e Mello (PTB-AL) e Jefferson Praia (PDT-AM). Para a suplência, a escolha foi pelo senador Gim Argello (PTB-DF), vice-líder do governo na Casa.