Babel tupiniquim –
Não há mais dúvidas de que o que rege os discursos do governo são ecos desencontrados. Primeiro foi a crise, marolinha para Lula, sobre a qual não chegam a um consenso nem os que mais podem falar sobre economia neste país, Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e Guido Mantega, ministro da Fazenda. Depois, foram os companheiros todos negando veementemente qualquer possibilidade de terceiro mandado enquanto Jackson Barreto (PMDB –SE) consegue 182 assinaturas para sua PEC da reeleição. Agora, foi a vez da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, fazer as vezes da voz destoante.
Com o mais que evidente e declarado atrito entre o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e os ruralistas, Dilma ainda assim ousou afirmar: “Essa briga não existe”. Os ruralistas já pediram a demissão de Minc do Ministério Publico, e o ministro, por sua vez, deu declarações, na tarde da última quinta-feira, que em nada demonstram que não há conflito. “Tem muita gente querendo tirar uma picanha do Carlinhos Minc, mas a gente vai avançar com o presidente Lula”, assegurou o sucessor de Marina Silva (PT-AC).
Dilma também negou que Lula esteja afetado pela briga “inexistente”: “Ele se mantém na sua condição de presidente, governando e dando a linha do governo. Os ministros seguem a linha”. A ministra também explicou que o que está acontecendo, segundo seu entendimento, é simplesmente uma divergência de “ótica”. “São diferentes óticas que todo governo tem. Cada um tem a sua ótica. Agora, tem que haver um entendimento”, simplificou Dilma.