Dupla face –
Presidente do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes tem se mostrado totalmente contrário à tese do terceiro mandato. Preocupado com a possibilidade de alguém, em futuro próximo, propor um quarto, quinto ou até sexto mandato, o presidente do STF disse, na última sexta-feira (6), que “muito provavelmente esse tipo de debate se compatibiliza com o princípio democrático ou republicano”. Tudo muito bem, o discurso de Mendes tem lógica democrática, mas quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso se empenhou para aprovar no Congresso Nacional a tese do segundo mandato, Gilmar Mendes optou pelo silêncio. Quando a Constituição Federal é frágil a ponto de mudanças das mais esdrúxulas, tentativas de golpe sempre farão parte do cotidiano.