Engrossando a fila –
Segundo colocado nas eleições de 2006, em Rondônia, o empresário Acir Gurgacz (PDT) foi diplomado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado em maio de 2007. Ele deve assumir a vaga do senador Expedito Júnior (PR-RO), cujo mandato foi cassado ontem à noite pelo TSE, que ratificou a decisão do TRE.
Como informou o ucho.info, em março de 2008, a vida do futuro novo senador está muito complicada do ponto de vista jurídico. Muito ligado ao ex-governador e senador Valdir Raupp (PMDB-RO), Gurgacz está à frente de uma empresa de ônibus que explora linhas interestaduais no Norte do País. Descobriu-se que para fugir do pagamento de impostos em Rondônia, o empresário emitia bilhetes de passagem em Riberalta, cidade da Bolívia. Flagrado pelos fiscais do governo estadual, Gurgacz agora é obrigado a pagar todos os meses R$ 3 milhões em impostos. Antes do aperto, pagava apenas R$ 200 mil.
No governo de Valdir Raupp, o empresário teria usado duas mil horas de um helicóptero do governo, posteriormente queimado para sumir com as provas. Gurgacz está arrolado em processo criminal, acusado de ser o mandante do assassinato do senador Olavo Pires, em outubro de 1990.
Se assumir o Senado, Acir Gurgacz não foge à regra dos parlamentares da Câmara Alta. Um em cada seis senadores responde por crime em inquéritos ou ações penais em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Dos 81 senadores em exercício, 17,5% são suspeitos de crimes que vão de calúnia a fraudes na administração pública. Segundo levantamento publicado pelo portal G1, em julho do ano passado, 127 processos contra 29 senadores foram arquivados no STF, porque os crimes prescreveram ou os parlamentares tinham sido absolvidos.
Confira a lista dos senadores que estão sendo processados: Demóstenes Torres (DEM-GO), Cícero Lucena (PSDB-PB), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Fernando Collor de Mello (PTB-AL), Leomar Quintanilha (PMDB-TO), João Ribeiro (PR-TO), Mão Santa (PMDB-PI), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Mário Couto (PSDB-PA), Marconi Perillo (PSDB-GO), Romero Jucá (PMDB-RR), Neuto de Conto (PMDB-SC), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Valdir Raupp (PMDB-RO).