Montadoras querem bater recorde de veículos comercializados

selo_ipiPropaganda criminosa
No vácuo dos incentivos tributários oferecidos pelo governo, as montadoras de automóveis estão prestes a fechar o melhor mês da história do setor no País. Com estratégias de marketing nada ortodoxas, as fabricantes esperam ultrapassar o recorde de 288,1 mil veículos comercializados em julho do ano passado. No fim de semana, quase todas as marcas realizaram feirões e promoções em concessionárias, utilizando o mote mentiroso de que seria a última semana de Imposto sobre Produto Industrializado reduzido. Tudo para aumentar o anseio do brasileiro pelo tão sonhado zero quilometro. Além de propagandas criminosas, outro ponto chama atenção nessa selvageria mercadológica. Após milhares de demissões no Brasil, muitos trabalhadores se queixam da sobrecarga nos afazeres.

Na unidade da General Motors localizada no ABC paulista, por exemplo, os funcionários se dizem desestimulados. “O funcionário, além de trabalhar mais para dar conta do ofício do colega demitido, vive a incerteza. Não sabe se vai continuar ali por muito tempo”, afirma o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul, Aparecido Inácio da Silva. Mas, como quem trabalha precisa garantir o emprego, na última contagem realizada na quinta-feira (25) haviam sido vendidos 241,4 mil veículos, incluindo caminhões e ônibus. Levando em consideração o recorde nas vendas e a não reposição dos postos de trabalho, o brasileiro pode estar caminhando a passos cada vez mais largos em direção à inadimplência.