Efeito Super Bonder – José Sarney (PMDB-AP), o cacique político que está pulando na chapa, pode não se licenciar da presidência do Congresso Nacional como garantiu ontem, mas as denúncias deixaram o maranhense com os nervos à flor da pele. No final da tarde desta terça-feira, Sarney foi para casa e se reuniu com alguns políticos, incluindo gente importante do Maranhão. Além da presidência do Senado e do Congresso, está em jogo a reputação de Sarney no Amapá e no Maranhão, onde a sua filha Roseana (PMDB) tentará a reeleição em 2010.
O enfraquecimento do cacique compromete os anseios políticos da filha e enche de esperanças a oposição, que vive acuada. Sarney depende do apoio do Palácio do Palácio e por isso tem jogado pesado para que a bancada de 13 senadores do PT anuncie nesta quarta-feira apoio ao presidente do Senado, assim como fizeram ontem o PTB e a bancada do PMDB – exceção para Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE).
A outra leitura é que com a queda de Sarney, cai também o projeto da refinaria Premium, um megaprojeto que seria uma ótima plataforma política para a campanha de Roseana pela reeleição. Sarney não conta com a boa vontade da Petrobras para o projeto, e com a saída do ministro Édison Lobão, do Ministério das Minas e Energia, em dezembro, o sonho ficaria muito mais distante. Lobão pode sair daqui a seis meses, na reforma ministerial que o presidente-metalúrgico Lula da Silva pretende fazer por conta dos ministros pré-candidatos a cargos majoritários e proporcionais.