Sem saída –
A investigação realizada pelo delegado Roberto Fernandes, diretor da Polícia Civil no Oeste paulista, mostrou o que há muito é conhecido. Que a corrupção grassa no meio policial. O alvo da investigação foram os policiais envolvidos em cobrança de propinas de donos de negócios ilegais, como máquinas caça-níqueis, jogos de azar e casas de prostituição. O delegado disse ao final da reportagem exibida pelo programa Fantástico, da Rede Globo, que “não é justo que a instituição pague pelo erro de alguns”. Na verdade, Roberto Fernandes engana-se na relação que faz, pois, considerado o continente de policiais civis em São Paulo, alguns estão pagando pelos crimes cometidos pela maioria. Muitas são as situações de ilegalidade cometidas por policiais civis. A quebra dos sigilos fiscal e bancário de muitos policiais paulistas, que ostentam patrimônio não compatível com os salários que recebem mensalmente, mostraria a dura realidade que toma conta da Polícia Civil, que abriga uma minoria extremamente honesta.
Em 2001, um conhecido criminalista, que anos mais tarde assumiria posto de destaque no governo de Lula da Silva, negociou por R$ 15 mil o direito de um cliente, preso em uma delegacia paulistana, ter à disposição um telefone celular. De igual maneira, outras mordomias ilegais foram negociadas a peso de ouro. Em tempo: na mesma delegacia foi descoberto o esquema fraudulento que envolvia policiais, advogados e uma companhia seguradora, que forjavam situações criminosas que prejudicavam as vítimas de roubo de veículos. Tudo nababescamente regado com o dinheiro da corrupção.