Sem saída –
O senador Pedro Simon (PMDB – RS) engrossou nesta terça-feira com contundência o coro dos que defendem a renúncia definitiva de José Sarney (PMDB – AP) ao cargo de presidente do Senado. “Nessa altura, não adianta o presidente Sarney se licenciar. Ele tem que fazer o que os seus antecessores fizeram. Ele deve renunciar à presidência”, discursou o senador gaúcho, que disse também: “Chegamos ao limite do mínimo da responsabilidade que nós podemos ter”.
Além da fala de Simon, mais pronunciamentos nada simpáticos à complicada situação de Sarney foram feitos por Arthur Virgílio (PSDB – AM) e Cristovam Buarque (PDT-DF). Enquanto o líder dos tucanos anunciou a apresentação de uma nova representação por quebra de decoro contra o presidente da Casa, Cristovam comparou o caso com o do ex-ocupante do cargo, Renan Calheiros (PMDB – AL). “Não será caso de renúncia, mas sim de cassação. Ele está caminhando para um processo parecido com o que ocorreu com o Renan”, apontou o pedetista.
Com o clima pouco favorável ao restabelecimento da imagem do presidente do Senado, resta questionar se apenas rebater acusações sobre tortuosas relações da Fundação Sarney com a estatal Petrobras, além de cancelar de uma vez todos os atos secretos, é o suficiente para Sarney salvar a própria pele.