Senadores decidem rebater verborragia do presidente Lula

cristovam_buarque_021Artilharia oposicionista
No fim da tarde desta quinta-feira, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) confirmou que protocolou na secretaria da Mesa Diretora do Senado Federal um “voto de censura” ao presidente-metalúrgico Lula da Silva, que na quarta chamou os senadores da oposição de “pizzaiolos”. O documento foi assinado por onze senadores – todos da oposição – que se sentiram constrangidos com a classificação. “As palavras de Lula têm um efeito devastador na opinião pública”, avaliza Cristovam.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que não assinou a moção porque não estava presente no momento das assinaturas, mas garantiu que apoia o protesto dos colegas. Criticou o senador Paulo Duque (PMDB-RJ), eleito ontem presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que teria antecipado que as quatro denúncias contra José Sarney poderiam ser arquivadas. “É um deboche porque desacredita o próprio Conselho”, analisou Dias.

O senador Mão Santa (PMDB-PI) afirmou da tribuna, de acordo com a Agência Senado, que o presidente Lula da Silva costuma atacar o Senado porque a Casa não se curvou “às vontades” do governo do PT. “Cooptaram tudo, mas o Senado resistiu ao governo e, por isso, leva tanta pancada”.

Já o senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), que renunciou ao Conselho de Ética depois de sofrer pressão do PMDB, criticou também Lula da Silva, mas por outro motivo. Disse que os prefeitos que estiveram na capital federal (na 12ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios) estão voltando às suas bases mais decepcionados. Além de não oferecer resposta aos pleitos municipalistas, disse o senador, Lula também “joga para a plateia” quando culpa deputados e senadores por deixarem de votar matérias do governo com as soluções.