Economia de botequim –
Quando surgiu, a crise financeira era para o presidente da República uma reles marolinha. Agora, não é motivo para que o país deixe de começar o ano de 2010 em “situação altamente confortável”. Assim pensa o presidente Lula da Silva, que disse na edição desta segunda-feira do programa radiofônico “Café com o Presidente” que a crise “ainda não foi resolvida nos países aonde ela nasceu”. No entanto, em terras tupiniquins, de poucos loiros de olhos azuis, a situação é outra na opinião do presidente brasileiro.
“Nós tomamos todas as medidas que tínhamos que tomar para incentivar a economia, para facilitar o crédito, para facilitar a venda de produtos, desonerando alguns produtos para incentivar o consumo. E o que estamos notando agora são números expressivos, na indústria automobilística, na venda de geladeiras, na venda de máquinas de lavar roupas, na venda de fogões”, disse Lula.
Vamos, então, aos números. Com um verdadeiro festival de estímulo ao consumo regido irresponsavelmente pelo governo Lula, os números expressivos a que temos assistido são os do aumento da inadimplência. No último mês de maio, chegou-se ao maior índice de cheques devolvidos registrado pelo Serasa desde 1991 (25 a cada mil compensados).
Vale lembrar também é que a previsão para os próximos meses é de que mais de um terço dos CPFs que voltaram a gozar de crédito retornarão ao universo da inadimplência, o que justifica a preocupação de muitos bancos que operam fortemente com linhas de crédito e financiamento.
Não podemos deixar de dar razão ao presidente. Os números são, de fato, “expressivos”.