Armadilha eleitoral –
De agora até 2010, o cardápio do cotidiano será um só, por mais que os políticos digam que ainda é muito cedo para se tratar do assunto: sucessão presidencial. No afã de fazer de Dilma Rousseff a sucessora do metalúrgico Lula da Silva, a trupe palaciana tratou de arquitetar um plano maquiavélico. Para desestabilizar politicamente José Serra, presidenciável do PSDB, o Palácio do Planalto decidiu bancar a candidatura ao governo paulista de Ciro Gomes, que, mesmo sem chances, terá de criticar com veemência o atual governador. Como se isso não bastasse, Ciro tem elogiado seguidamente o governador Aécio Neves, de Minas Gerais, o que irrita profundamente José Serra. Mas esse é o custo de ter estado, um dia, à frente de um ministério. Não contente com o plano, os palacianos reforçaram a estratégia. E Dilma Rousseff assume, já nesta semana, parte da agenda oficial do companheiro Lula em São Paulo. Em outras palavras, a guerra está declarada e não será pequena.