“Um pedaço de pão comido em paz é melhor do que um banquete comido com ansiedade” – Esopo (620-560 a.C.)
(*) Fátima Pimenta
O rabino Ovadia Yosef, conhecido como Shass, deixou clara sua opinião negativa a respeito dos Estados Unidos, em razão da sua intenção de colonização. O grande e respeitado rabino, em sua pregação cotidiana divulgada domingo pelas rádios israelianas, proclamou que os americanos não tem o direito de dizer-lhes onde e quando eles devem construir, pois não são escravos. Na mesma ocasião, ele assegurou a seus fiéis que o dia chegará, em que o “messias os expulsará”, e que os “malvados” se encontram no Monte do Templo, fazendo alusão ao culto mulçumano e à esplanada da Mesquita em Jerusalém, sobre o local do templo bíblico.
A posição tomada pelo fundador do quarto partido de Israel, de direita radical, se inscreve numa série de ataques violentos da direita israelense contra a administração de Washington, atingindo particularmente responsáveis de origem judia, como Ram Emmanuel, chefe de equipe da Casa Branca.
Um novo projeto de implantação judia no leste de Jerusalém, anexada de fato após sua ocupação em junho de 1967, provocou uma nova movimentação de armas entre Israel e os Estados Unidos sobre a colonização nos territórios ocupados. O Primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou domingo que eles não aceitarão de forma alguma, que os judeus não tenham direito de viver e construir onde quer que seja no leste de Jerusalém. Ele manteve sua palavra após a convocação de embaixador de Israel em Washington, Michael Oren, ao departamento de Estado para dar explicação sobre o projeto. A administração do presidente Barack Obama exige, em vão, desde alguns meses, uma total paralisação da colonização judia para relançar negociações de paz entre israelenses e palestinos.
O agente americano para o Oriente Médio, George Mitchell, deveria discutir sobre esta questão nas entrevistas que ele dará terça-feira em Israel com o ministro da Defesa, Ehud Barak, e depois com o Primeiro ministro.
Obama declarou na última sexta-feira, na solenidade do museu e memorial do Holocausto, que está do lado de Israel, com o objetivo de mantê-la em segurança. Não é de hoje que se faz necessário uma personalidade influente para acionar a paz no mundo. Após a eleição de Barack Obama, surgiu a esperança de simplicidade e força, com voz que desconhece fronteiras e movimenta a rigidez da política mundial. Mesmo sendo alvo de críticas, o presidente americano continua defendendo suas metas com indiscutível elegância.