Governo desconhece recursos públicos aplicados em ONGs no Haiti

Parceria suspeita

ongs_01O governo brasileiro desconhece o nome e o número de entidades não governamentais (ONGs) que atuam no exterior e no Haiti, país devastado por um terremoto na terça-feira (12) à noite. O Ministério das Relações Exteriores ou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República não conseguiram responder a essa pergunta, assim como a CPI das ONGS, instalada há quase dois anos no Senado Federal para investigar a distribuição de verbas públicas para essas instituições. Embora esteja instalada há 24 meses, a CPI sequer sabe ao certo o número de ONGs atuando no Brasil. Acredita-se que existam cerca de 300 mil ONGs, das quais oito mil teriam recebido recursos federais, segundo um levantamento prévio realizado junto ao Siafi. As investigações da CPI pouco avançaram. “O governo barrou todas as investigações”, comentou ao ucho.info um funcionário da comissão. O relator, senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), tem se esforçado para evitar e sonegar informações.

O detalhamento das ONGs no exterior – e agora especificamente no Haiti – é necessário, pois há suspeita de que recursos públicos da União estejam sendo destinados às entidades sem um mínimo de controle. Setores da oposição suspeitam que entidades que atuam no estrangeiro, ligadas ao Partido dos Trabalhadores, estejam sendo beneficiadas com dinheiro público. A vigilância teria que ser maior depois que o presidente-metalúrgico Lula da Silva anunciou, ontem (13), ter disponibilizado de chofre US$ 15 milhões. O próprio presidente disse que não saberia dizer como esse dinheiro chegaria ao Haiti para dar assistência aos desabrigados.

Uma das ONGs mais atuantes no Haiti é a ONG “Viva Rio”, que está naquele país desde 2004 onde, segundo o próprio sítio eletrônico da entidade, desenvolve projetos sociais ligados às áreas de segurança, desenvolvimento e meio ambiente. O “Viva Rio” mantém uma equipe de mais de 400 pessoas trabalhando nos projetos, sendo nove brasileiros.