Nada por coisa nenhuma –
Nada por coisa nenhuma – O decreto presidencial que alterou minimamente o texto do Programa Nacional de Direitos Humanos e pôs fim à queda de braços entre o ministro Nelson Jobim (Defesa) e Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, é um daqueles mambembes puxadinhos de fundo de quintal. As alterações redacionais não passam de um anestésico para a crise institucional que Lula negou existir. O presidente afirmou também desconhecer a ameaça de renúncia dos chefes militares caso o texto do Programa não fosse alterado. “Não houve pedido de renúncia. Eu estava na praia carregando isopor na cabeça quando chegou essa notícia. A única coisa que chegou na minha mão foi a divergência entre os dois ministros [Jobim e Vannuchi]”. A verdade sobre os fatos históricos do País – sejam eles bons ou ruins – não deve ser abafada, mas é preciso isonomia no tratamento do tema, pois não foram somente os militares que cometeram atrocidades. O grande problema que aflige os atuais ocupantes do poder é que se alguns guerrilheiros mataram sob a desculpa de lutavam pela democracia, outros delataram companheiros de luta como forma de sobreviver. E muitos dos delatores estão vivos e atuantes. A história não pode ser banida da vida do cidadão, mas suas verdades devem ser tratadas sem distinção.