Crédito fácil e excessivo obriga BC a retirar R$ 61 bilhões do mercado

Prova dos nove – No final de 2008, maios precisamente em dezembro, os jornalistas do ucho.info alertaram para irresponsabilidade da fala de Luiz Inácio da Silva, que à época pediu para que os brasileiros mantivessem o consumo em alta como forma de evitar os efeitos da crise financeira internacional, a tal da “marolinha”. O nosso alerta de então foi para o perigo da concessão do crédito fácil, única maneira de estimular o consumo.

De lá para cá, nossa missão foi insistir na tese que acreditávamos ser correta, pois a desenfreada concessão de crédito, como aconteceu nos últimos 24 meses, levou a duas situações perigosas: o endividamento recorde das famílias brasileiras e o retorno da inflação.

Preocupados com o futuro da economia nacional, dirigentes do Banco Central e integrantes do Conselho Monetário Nacional anunciaram nesta sexta-feira (3) a elevação da alíquota do depósito compulsório (recursos dos bancos que devem ser mantidos na autoridade monetária) sobre os depósitos à vista de 8% para 12% e, também, sobre depósitos a prazo, que saltou de 15% para 20%.

Anunciada pelo presidente do BC, Henrique Meirelles, a medida, que começa a valer na próxima segunda-feira (6), retirará do mercado perto de R$ 61 bilhões, dinheiro que deixará de ser emprestado a pessoas físicas e jurídicas.

O novo cenário da economia que se desenha compromete os planos da presidente eleita Dilma Rousseff, que por recomendação de assessores econômicos planejava incentivar ainda o consumo interno, evitando assim os efeitos de uma nova crise internacional, que começa a dar os primeiros e preocupantes sinais na Europa.

Como sempre acontece quando um desacerto de seu governo vem à tona, o presidente-metalúrgico sai de cena sorrateiramente, guardando para uma eventual desculpa a teoria de que os críticos torcem contra o Brasil. Discurso barato e chicaneiro que os brasileiros não mais suportam.