Hora da verdade – Para poupar o presidente Luiz Inácio da Silva na reta final de seu segundo mandato e garantir a vitória de Dilma Rousseff nas urnas, o governo federal mascarou a realidade da economia nacional. Tudo porque o longevo e totalitarista projeto de poder do Partido dos Trabalhadores não poderia – como em tese ainda não pode – sofrer reveses. Para tal, Lula tratou de vender ao mundo uma bolha de virtuosismo que começa a estourar lentamente.
Tão logo teve sua eleição para a Presidência da República confirmada oficialmente, Dilma Rousseff foi aconselhada por assessores da área econômica a manter em alta o consumo interno a partir de 2011, como estratégia para enfrentar a crise financeira que renasce em alguns países europeus e pode não demorar a singrar as águas do Atlântico. Para que esse plano seja viável é preciso baixar as taxas de juros, o que diante da ameaça do retorno da inflação torna-se algo impossível. Tanto á assim, que o Banco Central e o Conselho Monetário Nacional decidiram aumentar o depósito compulsório exigido dos bancos, criando dificuldades para a concessão de empréstimos.
Com essa medida, o custo do dinheiro já está mais caro desde a última segunda-feira (6), quando passaram a valer as novas regras. Reunido a partir desta terça-feira, o Comitê de Política Monetária, o Copom, deve anunciar na quarta a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 10,75%. Diante de tão assustador binômio, restará ao cidadão pensar muito antes de consumir.
Sabatinado na manhã desta terça-feira (7) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, o futuro presidente do Banco Central, Alexandre Antônio Tombini (atual diretor de Normas da instituição), disse que seu objetivo principal como responsável pela política monetária do País será o combate à inflação.
Com as taxas de juros ainda mais altas e o dinheiro custando mais caro, o capital estrangeiro que aportará no Brasil será para fins especulativos, uma vez que investir na produção só se justifica caso haja consumo interno. Com isso, a indústria brasileira enfrentará problemas ainda maiores, a começar pela dificuldade de exportar os produtos nacionais por conta da falta de competitividade resultante da valorização do Real e do chamado custo Brasil.
O presidente-metalúrgico deixa o Palácio do Planalto certo de que entrou para a História pela porta da frente, mas, reforçando o que já publicou o ucho.info, serão necessárias pelo menos duas décadas para saber se Lula da Silva de fato conseguiu a proeza que ele tanto insiste em anunciar.
Com dívida que ultrapassa com folga a casa de R$ 1 trilhão, o governo só tem uma saída para pagar os juros correspondentes. Buscar dinheiro no mercado financeiro, o que faz com que o capital especulativo não perca a safadeza.