Mão amiga – O futuro governo de Dilma Rousseff transformou-se em um cabide de empregos para acomodar não apenas os indicados pelo presidente Luiz Inácio da Silva, mas principalmente os que tropeçaram nas urnas e outros que se envolveram em polêmicas das mais variadas.
Tão logo foi declarada vencedora na disputa pela Presidência da República, a neopetista Dilma disse que a equipe ministerial seria formada com base em critérios técnicos e de competência. A tal da meritocracia. Desde que Lula começou a palpitar, a Esplanada dos Ministérios ganhou uma aparência de colcha de retalhos. Atual chefe de gabinete de Lula da Silva, o religioso Gilberto Carvalho foi indicado para a Secretaria Geral da Presidência. Apenas para lembrar, Gilberto Carvalho foi secretário municipal de Santo André, à época da administração de Celso Daniel. E foi o fervoroso servo do Senhor que foi flagrado em conversas telefônicas tratando do assassinato do ex-prefeito como um enredo teatral.
Responsável pelas empacadas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, Miriam Belchior substituirá o também petista Paulo Bernardo da Silva no Ministério do Planejamento. Miriam, para quem não se recorda, surgiu no caso da brutal e covarde morte de Celso Daniel como namorada do ex-prefeito de Santo André. Em conversa telefônica com Gilberto Carvalho, a inocente Miriam Belchior ficou feliz em saber que estava desempenhando com destreza o papel de viúva. Tão logo o brutal crime saiu dos holofotes da imprensa, Miriam foi guindada ao Palácio do Planalto.
Agora, na tentativa de dar um prêmio de consolação ao “mensaleiro” José Genoíno (PT-SP), que tropeçou nas urnas de outubro passado, Dilma Rousseff deve chamar a deputada federal petista Janete Pietá para assumir a Secretaria da Igualdade Racial ou a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Primeiro suplente, Genoíno assumiria o mandato de deputado federal na vaga a ser deixada por Janete Pietá.
Em outras palavras, para proteger um “mensaleiro” prepotente e mal humorado o brasileiro terá de conviver com alguém inexperiente em secretarias importantes e com status de ministério. Como diz Luiz Inácio da Silva, “nunca antes na história deste país”.