Prepare o seu bolso, pois o governo está pronto para ressuscitar a CPMF em 2011

Imposto como desculpa – Se o contribuinte tinha alguma dúvida sobre a volta da CPMF, as declarações do presidente do Senado Federal, José Sarney (PMDB-AP), apagaram a última chama de esperança na manhã desta segunda-feira (13). Tido como íntimo conselheiro do presidente-metalúrgico Lula da Silva e respeitado pela presidente eleita Dilma “Lulita” Rousseff (PT), o presidente do Congresso Nacional avisou que é a favor da criação de um novo imposto sobre a movimentação financeira.

A declaração do velho cacique confirma o que muita gente já imaginava: o Congresso Nacional receberá do Palácio do Planalto uma nova proposta no ano que vem. Como o governo terá garantida uma ampla maioria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal na próxima legislatura, o projeto deverá ser aprovado sem maiores percalços.

Sarney, assim como o Palácio do Planalto, justifica que é necessário que sejam disponibilizados mais recursos para a saúde. “Acho que é um imposto muito pequeno e um imposto bom, porque não tira mais dos pobres, mas tira dos que mais têm. São recursos que deixam de entrar para a saúde pública, onde o Brasil mais necessita e o povo mais necessita”, declarou à Imprensa após homenagem feita pelo Hospital Sarah Kubitschek ao presidente da República. Na ocasião, foi assinado termo aditivo do contrato de gestão da Rede Sarah com a União.

Na solenidade, o presidente Lula da Silva também criticou o fim da CPMF. “Perdemos mais de 150 bilhões de reais. Só existe uma explicação para tirar a CPMF do Orçamento: ódio, rancor e maldade”. No entanto, os juros e as amortizações da dívida pública federal devem custar ao país R$ 953,8 bilhões no próximo ano. A informação consta do relatório sobre Fazenda, desenvolvimento e turismo, que a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) deve votar na noite deste segunda-feira, de acordo com informações da “Agência Senado”.

A saúde pública no Brasil já ultrapassou a fronteira do caos, mas para se eximir da culpa Lula responsabiliza os parlamentares que decretaram o fim da perniciosa CPMF, que no governo da milagrosa Dilma Vana Rousseff pode voltar a bordo de um novo e enganador nome: Contribuição Social para a Saúde, mas podem chamar de suado dinheiro para custear a incompetência oficial.