Irresponsável, Kassab fecha shopping ilegal e para parte da cidade de São Paulo

Parafuso solto – Quinta maior cidade do planeta, São Paulo é palco de um trânsito que muitas vezes ultrapassa com largueza os limites do caos. Tal situação piorou com o derrame de carros novos, depois que o presidente Luiz Inácio da Silva reduziu impostos para beneficiar a indústria automobilística e não destinou um centavo de Real para solucionar o trânsito das principais cidades brasileiras.

Desde que foi reeleito prefeito da capital dos paulistas, o democrata Gilberto Kassab caiu em desgraça junto à população paulistana. Acostumado a participar diariamente de eventos e inaugurações, Kassab tomou uma atitude impensada nesta sexta-feira (17), a sete dias do Natal. Ciente de que muitos cidadãos estão nas ruas por conta das compras natalinas, o alcaide da Pauliceia Desvairada ordenou o fechamento de um pequeno shopping que funcionava na esquina da Avenida Paulista com a Rua Pamplona, nos Jardins, região de maior movimento da cidade. O local abrigava uma série de boxes que vendiam produtos dos mais variados, inclusive falsificados e contrabandeados.

É fato que o crime deve ser combatido pelas autoridades, mas uma ação como a desta sexta-feira carece de planejamento, sob pena de o trânsito parar, como aconteceu em parte da Zona Sul da cidade de São Paulo. Não se trata de defender a ação criminosa dos falsificadores, mas de cobrar bom senso por parte das autoridades municipais, pois tiveram outros 350 dias para fechar o local de comércio de produtos supostamente ilegais. O tal shopping funcionou durante todo o ano, mas os servidores do município decidiram interditar o centro de comércio a uma semana do Natal. No mínimo uma atitude suspeita, pois é nessa época do ano que as propinas falam mais alto.

Considerando que a Avenida Paulista, que teve o trânsito piorado sobremaneira, é via de acesso a oito dos dez principais hospitais da cidade, patrocinar uma operação que contou com inúmeras viaturas da Guarda Civil Metropolitana, diversos caminhões da prefeitura e outros aparatos é no mínimo um ato de irresponsabilidade, para não afirmar que se trata de um crime premeditado.

Sem nenhum prejuízo para a aplicação da lei, a operação poderia ser deflagrada no final de semana, quando o trânsito na região é ligeiramente menor. Como os servidores públicos não se dignam a trabalhar aos sábados, a solução foi atrapalhar a vida do cidadão. As mercadorias apreendidas no local foram colocadas na calçada, obrigando os pedestres a caminharem pela rua, correndo o risco iminente de serem atropelados.

Acontece que a soberba de Gilberto Kassab, que acredita ser o imperador da cidade, faz com que o seu raciocínio sofra panes seguidas.