Dilma terá de trair o messiânico companheiro Lula se quiser a reeleição em 2014

Briga vermelha – Durante a corrida eleitoral, quando o adeus ao poder ainda não estava tão próximo, Luiz Inácio da Silva garantiu que não voltaria a disputar a Presidência da República, mas a promessa durou muito menos do que a maioria esperava. Agarrado ao poder, como já era esperado, Lula mudou de ideia – ou pelo menos de discurso – e afirmou há dias que em janeiro de 2015 quer retornar ao Palácio do Planalto.

A declaração do presidente-metalúrgico deve ser considerada um ato contra a democracia, pois a sua sucessora ainda não tomou posse e já se fala na próxima eleição, confirmando a tese de que Dilma Rousseff é um fantoche político e que não tem o direito constitucional de disputar a reeleição. O grande erro de Dilma foi usar durante a campanha a pirotecnia do governo Lula para ser aceita pelo eleitorado verde-louro. Agora ciente da armadilha instalada em seu caminho político, a presidente eleita não tem como mudar radicalmente o discurso, mas começa a fazer lentas correções de rota, o que pode levar a um cenário de surpresas. E não demorará muito para que Dilma e Lula se engalfinhem silenciosamente nas coxias do poder.

Quando Lula da Silva se instalou na Presidência, alertamos para o perigo de um processo de “cubanização” do país, que àquela altura dava os primeiros passos. Muitos foram os que na ocasião nos criticaram, mas a prova dos nove aí está para quem quiser conferir. Sem ter como partir para uma nova reeleição, o que exigiria uma mudança na Constituição, o presidente-metalúrgico conseguiu algo inusitado. A indicação de nove dos trinta e cinco ministros do governo da companheira Dilma. E muitos dos indicados por Lula estão em postos estratégicos, como é o caso de Guido Mantega, na Fazenda; Antônio Palocci Filho, na Casa Civil; Miriam Belchior, no Planejamento; Paulo Bernardo; nas Comunicações; Gilberto Carvalho, Secretaria-Geral da Presidência; e Alexandre Padilha, na Saúde.

Esse enxadrismo político dá a Lula condições de monitorar as ações do governo de sua sucessora e planejar com antecedência a estratégia de sua campanha de 2014. E não é por acaso que o presidente está percorrendo vários estados brasileiros para adular governadores da base aliada, alguns dos quais reeleitos.

Não faz muito tempo, o ucho.info noticiou que, após o primeiro ano de governo, a eleita Dilma Rousseff, se quiser sobreviver politicamente, terá de aplicar um drible em Luiz Inácio da Silva, sob pena de entrar para a História pela porta dos fundos.