Baderna antecipada – Faltando nove dias para sua estreia como presidente da República, a eleita Dilma Rousseff já tem um enorme problema nas mãos. O escândalo protagonizado pelo futuro ministro do Turismo, deputado federal Pedro Novais (PMDB-MA), ganhou proporções e deve ser combatido com apenas um antídoto. A defenestração do escolhido antes mesmo da posse, pois só assim será possível dar algum crédito ao governo da neopetista pinçada por Luiz Inácio da Silva para sucedê-la.
Em nota divulgada por sua assessoria na tarde de quarta-feira (22), Pedro Novais negou que tenha ido ao Motel Caribe, no Maranhão, onde, segundo uma funcionária do estabelecimento, o parlamentar teria patrocinado uma festa de arromba em uma custosa suíte. A transgressão só foi descoberta porque Novais usou uma nota fiscal emitida pelo motel na contabilidade de verbas indenizatórias da Câmara dos Deputados.
Na tentativa de esclarecimento, Pedro Novais deixou claro que sua preocupação maior era com a esposa, quando na verdade deveria ser com o contribuinte, que com seu suado dinheiro patrocina farras das mais variadas aos chamados representantes do povo.
No comunicado enviado à imprensa, o futuro ministro alega que a nota fiscal foi utilizada indevidamente na contabilidade da Câmara. Segundo a alegação de Novais, o documento tem procedência, mas a suposta bacanal não aconteceu. Ora, quem lê a nota divulgada pela assessoria de imprensa do deputado chega rapidamente a algumas conclusões. Pedro Novais terá estuprado o erário, se o dinheiro público foi utilizado para financiar uma orgia no motel. Terá também cometido um atentado violento à boa fé, caso a malfadada nota fiscal tenha sido emitida sem a devida prestação do serviço por parte do motel. Em outras palavras, a nota fiscal foi arranjada para emprenhar o já rico salário do deputado. Mas Pedro Novais terá traído duplamente a própria mulher, se confirmadas as hipóteses anteriores. Traiu-a como parceira, traiu-a como contribuinte.