Cortes nos orçamentos federal e estaduais marcam o primeiro dia útil do País em 2011

Faca amolada – Na manhã desta segunda-feira (3), primeiro dia útil de 2011, a presidente Dilma Vana Rousseff abriu sua agenda de compromissos palacianos com uma reunião para tratar de cortes no orçamento do governo federal. Juntamente com o ministro Guido Mantega, da Fazenda, Dilma buscou uma forma de evitar o aumento da taxa básica de juros, que pode ser anunciada no próximo dia 19, quando o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, se reúne pela primeira vez sob a batuta do presidente da instituição, Alexandre Tombini.

A ideia de Dilma e Mantega é reduzir as despesas do governo, o que em tese provocaria impacto no custo do dinheiro no mercado financeiro por conta de uma redução dos gastos da máquina federal. Caso o corte ocorre nas despesas de custeio, Dilma Rousseff enfrentará com boa dose de certeza uma chiadeira dos servidores federais. O que não é conveniente para quem acaba de assumir um governo sob o manto das incertezas econômicas mundiais. Outra saída é reduzir os investimentos, em especial nas obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, mas tal decisão acabaria desmentindo o messiânico Lula, que no discurso de posse de Dilma foi alvo de salamaleques de toda ordem.

De tal modo, restaria ao governo da presidente Dilma Rousseff enxugar os repasses aos ministérios, o que comprometeria as ambições políticos de muitos ministros. A solução derradeira seria postergar a liberação de recursos para as emendas parlamentares, o que por certo provocaria uma intifada no Congresso Nacional. Resta esperar o resultado do encontro entre Dilma Rousseff e Guido Mantega, pois ambos estão diante de um considerável problema.

Em outra ponta do cenário político, o governador Geraldo Alckmin, de São Paulo, anunciou nesta segunda-feira um corte de R$ 1,5 bilhão no orçamento do mais importante e rico estado brasileiro. De acordo com o secretário de Planejamento do Estado de São Paulo, Emanuel Fernandes, os cortes atingirão em 10% o custeio da máquina paulista e em 20% os investimentos das secretarias.

De acordo com Geraldo Alckmin, que retornou ao Palácio dos Bandeirantes com os olhos voltados para 2014, a redução dos gastos do governo foi decidida com base na cautela, pois é preciso aguardar a arrecadação tributária do primeiro trimestre.

“O contingenciamento é de 1% do orçamento. Portanto, é uma medida realmente de cautela que serve tanto para você ver o comportamento da economia, quanto para forçar os secretários a aumentar a eficiência nos gastos, que o governador pediu”, declarou o secretário Emanuel Fernandes. “Um novo governo, mesmo que seja um governo de continuidade, você tem sempre que fazer aumento de eficiência, renegociar contrato de aluguel. Ao longo do tempo, quanto mais economia fizer, o secretário ganha esse orçamento, ao invés de ser cortado dele”, reforçou o titular da Secretaria do Planejamento.