Senhor da razão, o tempo mostrou que a derrota de Juca Chaves nas urnas foi uma loteria

Sorte grande – Nada como o tempo para revelar a verdadeira face dos políticos, que no período de campanha escondem sob alva pele de cordeiro um lobo voraz e mentiroso. Candidato à Câmara dos Deputados nas recentes eleições pelo Partido da República, o cantor e compositor Juca Chaves tropeçou vergonhosamente nas urnas para a sorte dos brasileiros. Sem conhecer o mais raso significado da palavra cidadania, Juca Chaves, que se autodenomina o Menestrel do Brasil, não tem condições de representar nem a si mesmo, quanto mais uma nação com quase 200 milhões de cidadãos.

Cantor sofrível e compositor idem, Juca Chaves abusou da fama (sic) no primeiro dia útil de 2011, mostrando ao mundo que nem mesmo as costumeiras promessas de final de ano foram capazes de mudar sua mente tacanha e prepotente. Na tarde de segunda-feira (3), mais precisamente às 15 horas, no estacionamento de um hipermercado, em São Paulo, Juca ignorou uma placa que reservava vagas a pessoas com necessidades especiais. A bordo de um Jeep Cherokee, de cor preta e placas COL-9777, conduzido por algum estafeta adulador, o cantor e compositor – é um piadista de quinta nos entremeios do dia – não se incomodou com o fato de o motorista ter estacionado o veículo em vaga reservada a deficientes físicos, o que ocorreu por puro comodismo e ignorância.

Juca Chaves desceu do carro aos risos, olhou para a placa e deu de ombros para o vistoso comunicado. Em seguida, o cantor seguiu para o trabalho no teatro que leva seu nome e está instalado em espaço anexo ao supermercado.

Se o ex-candidato é capaz de cometer transgressões no estacionamento de um supermercado, não é difícil imaginar o que poderia acontecer a reboque de uma eleição. Tamanho absurdo resulta da sensação de impunidade que muitas vezes a fama proporciona de maneira burra e obtusa, turbinada pela ignorância latente que emoldura a vida de alguns alarifes. Em outras palavras, Juca Chaves é uma piada de péssimo gosto, uma composição ridícula, uma melodia desafinada. É, sim, a verdadeira face do Brasil dos impunes.